Irmãos Brazão prometeram gás, 'gatonet' e transporte ao acusado de matar Marielle, diz PF
Detalhes constam do relatório da PF que resultou na prisão de Chiquinho e Domingos Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa
Brasília|Do R7, em Brasília, com informações da Agência Estado
Para matar a vereadora Marielle Franco, os irmãos Brazão ofereceram ao acusado de executar o crime, o ex-policial militar Ronnie Lessa, um loteamento no bairro Tanque, na Zona Oeste Rio de Janeiro e "a exploração dos serviços típicos de milícia decorrentes da ocupação dos loteamentos, como exploração de 'gatonet', gás, transporte alternativo". A promessa foi detalhada por Lessa à Polícia Federal.
Os detalhes constam do relatório da Polícia Federal que resultou na prisão dos irmãos Chiquinho Brazão, deputado federal (União-RJ), e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, neste domingo (24). Também foi preso o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Segundo a corporação, a "torpeza" das condutas dos executores de Marielle e Anderson está diretamente ligada à promessa de recompensa: "a implementação e o comando de um grupo paramilitar em uma grande extensão de terras vinculada à família Brazão".
"Ronnie Lessa narrou que receberia, juntamente com Macalé, uma grande extensão de terras que os irmãos Brazão estavam planejando invadir para promover o parcelamento do solo para posterior revenda dos lotes. Ressaltou que, pelas dimensões das terras, se tratava de uma empreitada milionária. Contudo, asseverou que o maior atrativo da iniciativa residia na exploração dos serviços típicos de milícia decorrentes da ocupação dos loteamentos, como exploração de 'gatonet', gás, transporte alternativo, dentre outros, pelos quais o colaborador e seu comparsa seriam os responsáveis", anotou a PF ao pedir a abertura da Operação Murder Inc.
Suspeitos em Brasília
O avião com os apontados como supostos mandantes do assassinato de Marielle pousou em Brasília por volta das 16h deste domingo (24). Os três foram presos nesta manhã, no Rio de Janeiro, e vão passar a noite na penitenciária federal da capital do país.
Os investigados devem seguir nesta segunda-feira (25) para as unidades de segurança máxima de Porto Velho (RO) e de Campo Grande (MS). As autoridades de segurança ainda não informaram para qual presídio cada investigado será transferido.