‘Irmãos’ de tarifaço: Lula deve discutir taxa dos EUA com primeiro-ministro da Índia nesta quinta
Ligação estava prevista antes de Trump anunciar tarifa extra ao país asiático; taxação a produtos brasileiros começou nesta quarta
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve discutir o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o primeiro-ministro-da Índia, Narendra Modi, nesta quinta-feira (7). Segundo interlocutores do petista, a ligação telefônica já estava prevista antes de os EUA anunciarem, mais cedo, taxa adicional de 25% sobre a Índia.
Modi esteve no Brasil, em visita de Estado oficial, no início de julho. A princípio, o tema principal da conversa seria o convite que o indiano fez a Lula, para retribuir a viagem.
Com a determinação de Trump, a expectativa é que Modi e o petista debatam o assunto, cenário comum enfrentado por Brasil e Índia. A tarifa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros (leia mais abaixo) começou a valer nesta quarta-feira (6).
EUA x Índia
Nesta quarta, Trump anunciou tarifa extra de 25% sobre produtos da Índia importados pelos Estados Unidos. Somada à taxa anterior, também de 25%, o imposto adicional aos itens do país totalizam 50%.
A determinação do norte-americano, uma retaliação à compra de petróleo russo pelo país asiático, deve entrar em vigor em 21 dias.
Segundo Trump, a decisão foi tomada para pressionar Moscou financeiramente, devido às ameaças da Rússia à Ucrânia. O governo indiano classificou a decisão como injusta.
EUA x Brasil
Na quarta-feira (30) da semana passada, Trump oficializou a tarifa de 50% a produtos brasileiros, anunciada por ele no início de julho.
A ordem executiva assinada pelo norte-americano, no entanto, tem 694 itens na lista de exceções — ou seja, produtos que ficarão de fora da taxa.
Entre os itens que não receberão a tarifa, estão suco de laranja, aviões comerciais, combustíveis, petróleo e minério de ferro.
Commodities brasileiras com grande fluxo comercial para os Estados Unidos, como carne bovina, café e cacau, não foram incluídas nas exceções e serão taxadas em 50%.
A tarifa, segundo Trump, é uma resposta direta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas americanas e à forma como o país tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ao anunciar a medida, Trump afirmou que “a forma como o Brasil trata o ex-presidente Bolsonaro é uma vergonha internacional”. Para o líder norte-americano, o julgamento e as investigações que envolvem o ex-presidente brasileiro configurariam uma “caça às bruxas” e deveriam “terminar imediatamente”.
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