Itamaraty diz que Brasil continuará negociando com EUA para eliminar tarifas remanescentes
Medida dos EUA isenta carnes, café e frutas brasileiras após semanas de conversas diplomáticas
Brasília|Mariana Saraiva, do R7, em Brasília
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Com a decisão do Governo dos Estados Unidos de revogar o tarifaço, o Ministério das Relações Exteriores informou, na noite desta quinta-feira (20), que o governo brasileiro recebeu com satisfação o fim da tarifa adicional de 40% aplicada a uma série de produtos agropecuários importados do Brasil.
Passam a ficar isentos da tarifa diversos tipos de carne, café e frutas, como manga, coco, açaí e abacaxi.
“O governo brasileiro reitera sua disposição para continuar o diálogo como meio de solucionar questões entre os dois países, em linha com a tradição de 201 anos de excelentes relações diplomáticas. O Brasil seguirá mantendo negociações com os EUA com vistas à retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta de comércio bilateral”, afirmou o Itamaraty.
Leia mais
Na publicação, o Itamaraty destacou que a medida é reflexo da conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Donald Trump, em 6 de outubro, quando ambos decidiram iniciar negociações sobre as tarifas.
O órgão afirmou ainda que Trump recebeu recomendações de altos funcionários de seu governo para retirar a sobretaxa sobre determinadas importações agrícolas brasileiras, em razão do “avanço inicial das negociações” com o Brasil.
O ministério lembrou que a medida tem efeito retroativo a 13 de novembro, data que coincide com a reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington, na qual foram discutidos caminhos para avançar nas tratativas bilaterais para redução das tarifas.
Para quais produtos o tarifaço foi zerado?
A lista de produtos afetados pelo tarifaço reunia sobretudo itens do setor agrícola e alimentar, incluindo carne bovina em diferentes formas — carcaças, cortes frescos, refrigerados ou congelados — e também miúdos, como língua, fígado e outras vísceras, frescas ou congeladas.
Frutas tropicais e de clima quente faziam parte do pacote, entre elas abacaxi, abacate, manga, goiaba, banana-da-terra, laranja e kiwi.
Entravam ainda castanha-do-pará, castanha de caju, coco, além de raízes como mandioca e inhame. Produtos amplamente exportados pelo Brasil, como café, chás, erva-mate e diversas especiarias — pimenta, cravo, gengibre, açafrão, canela — também foram incluídos na lista tarifária.
O tarifaço também incidia sobre polpas e conservas de frutas (especialmente de manga, goiaba e abacaxi), além de açaí e derivados usados para bebidas.
O bloco incluía ainda produtos de cacau — como manteiga, pasta e cacau em pó — mais tapioca, pães e confeitaria utilizada em contextos religiosos, sucos de frutas cítricas e extratos de café e chá.
Fora do setor agrícola, a lista também trazia uma série de minerais, combustíveis e produtos químicos, entre eles minério de ferro, concentrados de estanho, carvão, gás natural, óleo cru, gasolina, naftas, combustíveis de aviação, óleos lubrificantes e graxas. Fertilizantes amplamente exportados pelo Brasil — como ureia, sulfato de amônio, nitratos, fosfatos e sais de potássio — estavam igualmente sujeitos às sobretaxas.
No campo químico, apareciam itens como hidróxido de potássio, óxidos e cloretos de estanho e óleos essenciais, incluindo os de laranja.
Outro grupo expressivo reunia peças, componentes e materiais classificados como artigos de aeronaves. Entravam na relação pneus de borracha para aviões, partes de motores, turbinas, rotores, trens de pouso, estruturas metálicas, além de aviões, helicópteros e aeronaves não tripuladas.
A lista também contemplava equipamentos industriais e de tecnologia — como máquinas de processamento automático de dados, impressoras, monitores, celulares e estações de telecomunicações — além de baterias, tubos e perfis de aço, plásticos industriais, mangueiras, ferragens e sistemas de alarme.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp














