Jovem autista perde um olho após ser agredido em parque no DF
A vítima, de 22 anos, estava com o irmão mais novo quando foi atacado por um grupo de quatro homens; a PCDF investiga
Brasília|Paloma Carvalho, da Record TV, e Karla Beatryz*, do R7
Um jovem autista de 22 anos foi agredido e acabou perdendo um dos olhos enquanto jogava bola com o irmão mais novo, de 10 anos, no Parque de Águas Claras, no Distrito Federal. O caso ocorreu na última segunda-feira (2), e a Polícia Civil investiga o crime como tentativa de homicídio.
A família da vítima relata que um grupo de quatro homens pediu para jogar com os rapazes, até que iniciaram provocações contra os irmãos. Segundo a criança, os agressores estavam fumando e começaram a jogar fumaça no rosto dele, como provocação. Ao tentar defender o irmão mais novo, o jovem autista foi agredido. O menino afirma que o irmão recebeu socos e pontapés, até que um dos homens o segurou por trás e enfiou um canivete em um dos olhos.
Após as agressões, o grupo fugiu do local. O segurança do Parque de Águas Claras percebeu a confusão e chamou a polícia. O Corpo de Bombeiros do DF também foi acionado para socorrer o jovem. Segundo a corporação, a vítima apresentava trauma ocular com sangramento e fluido gelatinoso, além de dores na região do tórax. Apesar dos ferimentos, ele estava consciente, orientado, e foi transportado ao Hospital de Base.
A mãe da vítima, Weda Gonçalves, afirma que o rapaz tem sentido muitas dores e, após a cirurgia, demorou para se recuperar da anestesia. "Ele chegou a vomitar e está com muita dor na cabeça e nos olhos", explica. Ela acredita que o crime tenha sido motivado por racismo. "Tentaram tirar a vida do meu filho e eu quero justiça. Vou ter que sentar e explicar para o meu filho que tiraram o olho dele por racismo", desabafa.
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A Polícia Civil informou que detalhes sobre a investigação não serão divulgados, para não interferir no andamento do caso, mas o crime é tratado como tentativa de homicídio. No próximo sábado (7), um ato contra a violência ocorrerá no Parque de Águas Claras. O anúncio convida as pessoas a participarem da ação e pede justiça e empatia para pessoas com deficiência e negras.
*Estagiária sob supervisão de Fausto Carneiro.