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R7 Brasília

Juiz prorroga medidas protetivas contra ex-chefe da Polícia Civil do DF acusado de perseguir mulher

Robson Cândido teria usado a estrutura da PCDF para perseguir ex-amante e ameaçá-la enquanto era delegado-geral da corporação

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Robson Cândido foi diretor-geral da Polícia Civil do DF
Robson Cândido foi diretor-geral da Polícia Civil do DF Renato Alves/Agência Brasília - 5.9.2019

As medidas protetivas contra o ex-delegado geral da PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) Robson Cândido foram prorrogadas por mais três meses. A decisão é do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Águas Claras e foi publicada na última terça-feira (28). Cândido é acusado de usar a estrutura da Polícia para perseguir uma ex-amante e ameaçá-la.

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Cândido precisa manter uma distância mínima de 1km da vítima e está proibido de tentar contato e de frequentar a residência, local de estudos ou trabalho da ex-amante. Na decisão, o juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel avalia que, embora a vítima não relate fatos novos que indiquem o descumprimento das medidas, a mulher “se sente insegura e receosa com a circulação o acusado em locais próximos” ao que ela frequenta.

“Considerando a complexidade do feito, bem como os relatos da vítima, prorrogo o prazo de vigência das medidas protetivas de urgência pelo prazo de 3 (três) meses a contar da presente decisão. Caso não haja pedido de prorrogação pela vítima até o final do prazo, entender-se-á que não subsiste situação de risco”, determinou o juiz.

Relembre o caso

Cândido é acusado de perseguição, violência psicológica, interceptação telefônica e descumprimento de medidas protetivas, além de peculato, corrupção passiva e violência de sigilo funcional. Ele havia sido preso preventivamente no dia 4 de novembro do ano passado.


O ex-delegado chefe da PCDF contou com a ajuda do delegado Thiago Peralva, que é suspeito de perseguição, corrupção passiva e interceptação telefônica. Ele foi afastado do cargo no mesmo dia da prisão de Cândido.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público do DF no fim do ano passado aponta que Peralva, a pedido de Cândido, incluiu o telefone da vítima em um sistema de interceptações telefônicas de uma investigação que apura crimes de tráfico de drogas. A mulher teria, então, sido monitorada e recebido ameaças por meio do grampo ilegal.


O Ministério Público apresentou registros telefônicos que comprovam a perseguição sofrida pela vítima. Cândido utilizou diversos números de telefone, inclusive linhas vinculadas à PCDF, para enviar mensagens e ligar para a ex-amante. Em um único dia, ele chegou a fazer 50 ligações de um número oculto.

Em novembro de 2023, a Justiça do DF mandou soltar Cândido. O entendimento foi de que ele não apresentava perigo porque não ocupava mais um cargo público e não tinha mais acesso aos sistemas da corporação. Contudo, a Justiça ordenou que ele fosse monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele deixou de usar o equipamento em março deste ano.


À Justiça, a defesa de Cândido já disse que o delegado, “apesar de insistente”, nunca agrediu a ex-amante fisicamente ou verbalmente. De acordo com os advogados, de “todo o conteúdo probatório produzido pela vítima, não há nenhuma ação agressiva por parte de Robson, a não ser, de fato, a insistência para reatar o então relacionamento”.

A defesa de Peralva diz que “sublinha a importância da responsabilidade no processo, pede serenidade e assegura estar à disposição para colaborar plenamente, visando à completa elucidação dos fatos no momento oportuno”.

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