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Justiça aceita denúncia, e PM preso por agiotagem se torna réu

Denúncia aponta Ronie Peter como líder de organização criminosa; Justiça também manteve a prisão dele e do irmão

Brasília|Alan Rios e Kelly Almeida, do R7, em Brasília

Sargento Ronie Peter
Sargento Ronie Peter Sargento Ronie Peter

O TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) aceitou denúncia do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) contra o sargento da Polícia Militar do DF Ronie Peter Fernandes da Silva, preso por agiotagem, mais quatro pessoas, também presas na Operação S.O.S. Malibu, da Polícia Civil do DF. Com a decisão, o grupo vira réu na ação penal que corre contra ele. O juiz responsável pelo caso determinou ainda a manutenção da prisão de Ronie e do irmão dele, Thiago Fernandes da Silva.

A denúncia atribui ao sargento Ronie Peter os crimes de organização criminosa, usura, lavagem de dinheiro e extorsão por quatro vezes. Na ação, o MPDFT pediu também o pagamento de R$ 6,1 milhões por danos às vítimas.

O militar foi preso em 16 de novembro, durante uma operação coordenada pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF/Corpatri). Investigado por agiotagem e diversos outros crimes, Ronie Peter é suspeito de movimentar milhões de reais em contas de um grupo criminoso que operava com ele.

A denúncia do MP atinge o irmão do policial, Thiago Fernandes da Silva, e o pai deles, Djair Baia — ambos vão responder pelos crimes de organização criminosa, usura e lavagem de dinheiro. Alison Silva e Raiane Gonçalves, apontados como responsáveis pelas operações financeiras do grupo, vão responder por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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Segundo o Ministério Público, os denunciados integraram uma organização criminosa entre os anos de 2017 e 2021, de forma estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, para obter vantagem econômica com a prática dos crimes de usura — empréstimo com cláusula de pagamento de juros por parte do devedor —, extorsão e lavagem de dinheiro. Ronie e Thiago seriam os principais articuladores do esquema.

O R7 apurou que a dupla tomava carros e imóveis das vítimas que não conseguiam pagar as dívidas e os juros cobrados. Ronie usava o poder de policial para fazer ameaças aos não pagadores, sempre agressivas. Em áudio que consta na investigação, ele chega a dizer que vai atrás do devedor onde ele estiver. “Vou te achar hoje. O U*** quer te matar também. (...) Eu vou morder seu olho, vou arrancar seu olho na mordida. Eu não vou só te espancar, não, vou te arrancar os pedaços, vou morder seu olho se eu te achar.”

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Uma loja de estética em Águas Claras com faturamento mensal de aproximadamente R$ 110 mil seria uma das empresas usadas para a atividade ilícita do grupo. A proprietária do local, Raiane Gonçalves Campelo, movimentou em contas pessoais R$ 8,8 milhões, entre janeiro e agosto deste ano, de acordo com as apurações. A denúncia ressalta que os valores não condizem com os ganhos da acusada.

Um mercado em Taguatinga, em nome de Ronie, Thiago e do pai deles, também entrou no alvo da polícia. Entre fevereiro e agosto deste ano, a empresa, que tem faturamento mensal de aproximadamente R$ 30 mil, movimentou cerca de R$ 8,5 milhões. Essas empresas — a loja de estética e o mercado — faziam transações entre si e destinavam dinheiro a Ronie.

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Ao longo dos dois últimos anos, o grupo comprou oito veículos da marca Porsche, cada um avaliado em aproximadamente R$ 1 milhão. Durante as investigações, os policiais descobriram que os suspeitos fizeram dois saques de valor alto em agências bancárias do DF. Em um deles, foram retirados R$ 800 mil e, no outro, R$ 530 mil.

O R7 tenta contato com a defesa do grupo. O espaço segue aberto para manifestações.

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