O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) obteve na Justiça a condenação de seis servidores públicos acusados de irregularidades na filial da Cruz Vermelha em Petrópolis, Rio de Janeiro. As ilegalidades, que ocorreram entre o período de 2009 e 2010, foram feitas a fim de favorecer a unidade, segundo denúncia.
As ações ocorreram após um procedimento licitatório realizado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), que escolhia a instituição para administrar as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de São Sebastião e Recanto das Emas. Na época, mais de R$ 3,4 milhões foram repassados à sede sem que houvesse alguma prestação de serviço à SES.
Os réus foram condenados pelos crimes de fraude em licitação e peculato, que é subtração ou desvio de dinheiro ou bem público para proveito próprio ou alheio por funcionário público. Uma das ex-dirigentes da sede, Tatty Anna Kroker, também foi incriminada por lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Cruz Vermelha do Rio de Janeiro, Luiz Alberto Lemos Sampaio, e o ex-gestor da sede de Petrópolis, Richard Strauss, foram condenados em 2020 por peculato. Eles devem ressarcir aos cofres públicos em R$ 3.431.098,00.
Na sentença de outros ex-funcionários envolvidos, em 2018, a juíza da Primeira Vara Criminal de Brasília afirmou que o dinheiro desviado poderia representar “a qualificação de um esquema criminoso muito maior, envolvendo entidades cuja função precípua é a ajuda humanitária, mas que, pela cupidez de poucos, foi utilizada para captação de vultosas quantias para interesses escusos”.
A investigação, chamada de Operação Genebra, foi realizada pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP/RJ) e da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap/PCDF)
*Estagiária sob supervisão de Fausto Carneiro