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‘Justiça não é tola, mas exige indícios’, diz defesa de Bolsonaro em resposta a Moraes

Advogados do ex-presidente recorreram ao STF contra prisão domiciliar imposta por Moraes

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • A defesa de Jair Bolsonaro recorreu da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente.
  • No recurso, os advogados argumentam que a Justiça exige provas concretas de desrespeito às ordens judiciais.
  • Bolsonaro é acusado de descumprir medidas que o impediam de usar redes sociais, incitando interferência internacional no Judiciário.
  • A defesa nega as violações e argumenta que caracterizar sua presença em manifestações como descumprimento judicial é injusto.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Defesa de Bolsonaro recorreu contra prisão domiciliar Wilton Junior/Estadão Conteúdo - 04/08/2025

A defesa de Jair Bolsonaro recorreu nesta quarta-feira (6) da decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente. O caminho agora é: Moraes ouve a PGR (Procuradoria-Geral da República) e mandará o caso para o plenário da Primeira Turma.

Em um dos trechos do recurso apresentado ao STF, a defesa de Bolsonaro rebateu uma fala de Moraes na decisão que decretou a prisão domiciliar do ex-presidente.


No documento, o ministro escreveu que “a Justiça é cega, mas não é tola” e que “a Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico”.

“A Justiça é igual para todos. O réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares pela segunda vez deve sofrer as consequências legais“, ressaltou Moraes.


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No recurso, a defesa rebateu o ministro dizendo que sabe que a Justiça não é tola, mas que quando trata-se de direito penal e direito processual penal se está “no campo da responsabilidade subjetiva”.

“O que, não seria necessário dizer, demanda prova e indícios concretos que o alvo da cautelar decidiu desrespeitar o Judiciário”, disse a defesa.


Argumentos contra a prisão

A defesa nega que Bolsonaro tenha violado medidas cautelares impostas por Moraes e afirma que não é possível responsabilizar o ex-presidente por atos de terceiros.

Uma das medidas cautelares dizia que Bolsonaro não podia usar redes sociais próprias ou de terceiros. Além disso, Moraes tinha proibido a publicação ou transmissão de entrevistas do ex-presidente em redes sociais, mesmo que de forma indireta.


Em 3 de agosto, aliados exibiram vídeos e ligações telefônicas em que Bolsonaro discursava durante manifestações. As postagens envolviam símbolos estrangeiros e apoio a tarifas contra o Brasil, o que foi considerado uma forma de incitar interferência internacional no Judiciário.

Segundo os advogados, caracterizar a mera aparição e saudação de Bolsonaro na manifestação como descumprimento da medida cautela “distorce a interpretação adequada da ordem judicial”.

“Da mesma forma, avaliar que a saudação naquela manifestação pública será utilizada por partidários que atacam a Suprema Corte é responsabilizá-lo por atos de terceiros. O que não parece razoável é punir com prisão o ora Agravante porque saudou uma multidão em que algumas pessoas se faziam acompanhar de bandeiras americanas”, disse a defesa.

Bolsonaro apareceu em transmissões

Apesar das determinações de não usar redes sociais, Bolsonaro foi citado em transmissões feitas por aliados — como os parlamentares Flávio Bolsonaro e Nikolas Ferreira —, nas quais discursou contra o STF, mencionou apoio internacional e defendeu manifestações com teor político.

Moraes cita que Bolsonaro usou redes sociais de aliados, de seus três filhos parlamentares, para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

O ministro classificou as ações como “continuação de práticas ilícitas” e destacou o uso de conteúdo pré-produzido para incitar apoiadores, pressionar instituições e estimular intervenção externa em assuntos internos, afrontando diretamente a soberania nacional.

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