Leilão do 5G recebe 15 propostas e deve somar R$ 50 bilhões
Segundo a Anatel, das 15 empresas, cinco são prestadoras de serviço móvel e as outras dez são novas no segmento
Brasília|Alan Rios, do R7, em Brasília
O leilão do 5G recebeu 15 propostas de compra de faixas de frequência, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (27), o órgão informou que cinco empresas já são prestadoras de serviço móvel e as outras dez são novas no segmento.
“Os proponentes ainda são candidatos a ter suas propostas abertas. Essa etapa passará por averiguação, análise de documentação apresentada e, semana que vem, devemos ter uma conclusão. Ainda não temos informações de em quais lotes elas entraram. Só teremos essa informação no dia 4, com a abertura dos envelopes”, explicou o superintendente da Anatel, Abraão Albino.
O leilão está marcado para 4 de novembro e o Ministério das Comunicações espera arrecadar R$ 50 bilhões ao todo, detalhou Abraão. "Esperamos arrecadar algo como R$ 3 bilhões para o erário. Mas o valor mais importante não é o arrecadado, mas o completo, que inclui as outorgas mais compromissos de investimento e chega a R$ 50 bilhões. Para o Tesouro, se tudo for vendido, entram até R$ 3 bilhões. Chegou-se a divulgar o valor de R$ 10 bilhões, mas cerca de R$ 7 bi são de compromissos com as escolas públicas."
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou o leilão de faixas de frequência para a implementação do 5G no Brasil em 25 de agosto. A proposta tinha sido aprovada pela Anatel em fevereiro deste ano.
Em síntese, o 5G é uma arquitetura de rede que vai fornecer conectividade de banda larga, ultrarrobusta, com baixa latência e massiva, para pessoas e coisas. O leilão vai promover a concessão de uso de radiofrequências nas faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, que serão destinadas à implementação de redes 5G.
Um estudo sobre a tecnologia no Brasil encomendado pelo Instituto IT Mídia mostrou que a demora para a realização do leilão e os adiamentos provocados nos últimos meses devem fazer com que US$ 2,2 bilhões, cerca de R$ 12 bilhões, de negócios entre empresas (B2B) deixem de ser gerados até 2022. "A estimativa compreende o período entre 2020 e 2022 — ano em que estava previsto para acontecer a licitação das frequências, até o fim do ano que vem, quando devem ser colhidos, de forma massificada, os primeiros benefícios das implantações", afirma a pesquisa.