Lula conversa sobre preservação ambiental com o presidente americano Joe Biden
Segundo o governo brasileiro, Biden reconheceu a necessidade de apoiar países em desenvolvimento no combate à crise climática
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone nesta quarta-feira (16) com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Segundo o brasileiro, os dois trataram de preservação ambiental e mudanças climáticas. "Conversei, neste começo de tarde, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Falamos sobre o combate às mudanças climáticas, a Cúpula da Amazônia e preservação ambiental. Também falamos sobre uma iniciativa conjunta do Brasil e dos Estados Unidos por trabalho decente que iremos lançar em breve", escreveu Lula em uma rede social.
O presidente brasileiro tem afirmado reiteradamente que os países ricos devem fazer contribuições financeiras para que nações em desenvolvimento que têm florestas tropicais possam preservá-las. Segundo ele, não se trata de um “favor”, mas sim de um pagamento de uma “dívida” que as nações desenvolvidas têm com o planeta Terra.
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Segundo o governo brasileiro, o presidente Biden disse concordar “100%” com as preocupações manifestadas por Lula e reconheceu a responsabilidade dos países desenvolvidos e a necessidade de apoiar os países em desenvolvimento para lidar com os efeitos da crise climática. Ele também recordou a contribuição de US$ 500 milhões dos EUA ao Fundo Amazônia e destacou a importância da construção de uma parceria forte, em vista do protagonismo brasileiro nesses temas.
Outro tema da conversa, segundo o Palácio do Planalto, foi uma "iniciativa conjunta para o avanço do trabalho decente na economia do século 21", a ser proposto por EUA e Brasil, com a participação de representantes dos movimentos sindicais e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), por ocasião da próxima Assembleia Geral das Nações Unidas. “É a primeira vez que trato com um presidente interessado nos trabalhadores. Suas políticas e discursos sobre o mundo do trabalho soam como música para os meus ouvidos, e certamente juntos poderemos inspirar outros governantes a olhar para as questões dos trabalhadores”, disse Lula.
Cúpula da Amazônia
Neste mês, Lula teve uma reunião em Belém (PA) com representantes dos países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Ao fim do encontro, os líderes amazônicos assinaram a Declaração de Belém, documento que consolida uma agenda comum de cooperação internacional. Entre os compromissos firmados pelos países está o de zerar o desmatamento na região. Contudo, não foi definido um prazo único para que todos alcancem a meta.
Fazem parte da organização Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. No documento, os governantes desses países ressaltaram "a urgência de pactuar metas comuns para 2030 para combater o desmatamento, erradicar e interromper o avanço das atividades de extração ilegal de recursos naturais e promover abordagens de ordenamento territorial e a transição para modelos sustentáveis, tendo como ideal alcançar o desmatamento zero na região".
Todos concordaram com a criação do Painel Intergovernamental Técnico-Científico da Amazônia. O órgão deve reunir anualmente representantes dos países da OTCA — entre técnicos, cientistas e pesquisadores especializados na região amazônica — com o intuito de "promover a troca de conhecimentos e o debate aprofundado sobre estudos, metodologias, monitoramento e alternativas para reduzir o desmatamento, impulsionar o desenvolvimento sustentável e evitar que o desequilíbrio ambiental na Amazônia se aproxime de um ponto de não retorno".