Lula diz acreditar que Estados Unidos vão entrar no Fundo Amazônia
Após reunião com Joe Biden, presidente brasileiro diz que contribuição do país norte-americano para é necessária
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta sexta-feira (10) que acredita que os Estados Unidos vão ingressar no Fundo Amazônia, que tem o objetivo de financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização do bioma. "Eu acho que vão. Não só eu acho que vão como é necessário que participem", afirmou o chefe do Palácio do Planalto em Washington, capital dos EUA.
Lula deu a declaração após reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca. O petista disse que uma eventual contribuição do país norte-americano será importante para que o Brasil explore as riquezas da Amazônia em prol de benefícios da população que habita a região.
"O Brasil não quer transformar a Amazônia em um santuário da humanidade, mas também não quer abrir mão de que a Amazônia é um território de que o Brasil é soberano. Queremos compartilhar com a ciência do mundo inteiro um estudo profundo sobre a necessidade da manutenção da Amazônia, mas extrair da riqueza da biodiversidade da Amazônia algo que possa significar melhoria da qualidade de vida das pessoas que moram lá", explicou.
Lula comentou que Biden e ele não chegaram a conversar especificamente sobre o Fundo Amazônia. Contudo, ambos concordaram sobre a importância de que países mais ricos ajudem nações em desenvolvimento a preservar o meio ambiente.
"Não discuti especificamente sobre um fundo amazônico. Eu discuti a necessidade de os países ricos assumirem a responsabilidade de financiar todos os países que têm florestas. Só na América do Sul, além do Brasil, temos Equador, temos a Colômbia, temos Peru, temos Venezuela, temos as Guianas, temos vários países que temos que cuidar", destacou o presidente brasileiro.
Lula contou que notou "muita vontade de Biden" em participar da construção desse fundo. Além disso, o chefe do Palácio do Planalto reforçou a meta de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030.
"Vai ser um trabalho delicado. Vou ter que conversar com governadores e prefeitos. Em vez de proibir, vamos ter que ajudar a incentivar cidades a não ter que desmatar. Vamos ser muito duros com madeireiros que cortam florestas sem nenhuma autorização ou garimpeiros que não têm sequer sinalização para garimpar e pesquisar."