Lula e mais quatro presidentes dizem ter ‘dever de agir’ em artigo em defesa da democracia
Texto diz que democracia está ameaçada e que presidentes progressitas devem ‘agir com convicção e responsabilidade’
Brasília|Thays Martins, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais quatro presidentes progressistas publicaram, neste domingo (20), um artigo em defesa da democracia. No texto, os líderes falam que a democracia está ameaçada e que é preciso “fortalecê-la, renová-la e torná-la significativa para aqueles que sentem suas promessas não cumpridas”.
Intitulado ‘Democracia sempre’, o artigo é assinado, além de Lula, por Gabriel Boric, presidente do Chile, Pedro Sánchez, presidente da Espanha, Yamandú Orsi, presidente do Uruguai, e Gustavo Petro, presidente da Colômbia. Os líderes estarão reunidos na segunda-feira (21) para discutir a defesa da democracia e cooperação internacional no Chile.
“Diante desse cenário, não cabe o imobilismo nem o medo. Defendemos a esperança. Em um mundo cada vez mais polarizado, como líderes progressistas temos o dever de agir com convicção e responsabilidade frente àqueles que pretendem enfraquecer a democracia e suas instituições”, diz o texto, publicado na “Folha de S. Paulo”.
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Na publicação, os presidentes ressaltam que a defesa da democracia não pode se limitar a governos e, por isso, convoca organizações da sociedade civil para se juntar a luta. “A história nos demonstrou repetidamente que a democracia é o melhor caminho possível para garantir a paz e a coesão social, e as oportunidades para todos. Impulsionar estratégias comuns em favor do multilateralismo, do desenvolvimento sustentável, da justiça social e dos direitos humanos é um imperativo ético e político. Porque a democracia é frágil se não for cuidada”, destaca.
Crise com os EUA
O texto foi publicado em meio ao impasse que o Brasil vive com os Estados Unidos. Na sexta-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, resolveu cancelar o visto de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) após uma operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ministro Alexandre de Moraes autorizou a operação e determinou que Bolsonaro passe a usar uma tornozeleira eletrônica por suspeita de coação, obstrução e atentado à soberania nacional. De acordo com a PF, Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro “vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”.
Na última semana, os EUA anunciaram uma taxa de 50% a produtos brasileiros. O próprio Trump afirmou que a medida seria para pressionar o Brasil contra a investigação de tentativa de golpe de Estado, na qual o ex-presidente Bolsonaro é réu.
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