Lula embarca neste domingo para cúpula dos Brics, na Rússia
Putin descartou vinda ao Brasil para G20; é o primeiro encontro do bloco com os cinco novos integrantes
Brasília|Ana Isabel Mansur e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai para Kazan, na Rússia, neste domingo (20), para a 16ª Cúpula dos Brics, evento que ocorre de terça (22) a quinta-feira (24). Inicialmente, o grupo reunia Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde o início deste ano, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos fazem parte do bloco. Será a primeira cúpula com os novos integrantes. A presidência dos Brics, que é rotativa, está sob a Rússia até o fim de 2024. A partir de 1º de janeiro de 2025, o Brasil assume o comando do grupo.
Lula deve deixar o país europeu na noite de quinta (24). Esta edição da cúpula terá como principal pilar a criação da categoria de países parceiros, discutida na última reunião do grupo, na África do Sul, no ano passado. A programação inclui um jantar de boas-vindas oferecido pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, aos demais líderes.
Na última sexta (18), o russo afirmou que não virá à reunião do G20 em novembro, no Rio de Janeiro (RJ). “Entendemos perfeitamente que, incluindo ou excluindo o fator TPI (Tribunal Penal Internacional), toda a discussão será apenas sobre isso. E isso perturbaria o trabalho do G20. Para quê? Somos adultos”, declarou a jornalistas estrangeiros.
Putin descartou a presença na cúpula do G20 quatro dias depois de a Ucrânia pedir às autoridades brasileiras que cumpram o mandado de prisão do TPI aberto contra ele em março do ano passado. Os dois países estão em guerra desde fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. O TPI acusa Putin de deportação ilegal de crianças.
Programação
Nas agendas abertas a não membros, os Brics devem receber 30 países e organizações internacionais, convidadas pela Rússia. Ao fim da cúpula, as nações integrantes devem emitir um comunicado conjunto, de 106 parágrafos, sobre avanços nos temas de multilateralismo e governança global.
Ao longo das reuniões, os líderes devem discutir o cenário de guerra no Oriente Médio e aspectos financeiros e políticos do Brics, além de debater relatórios do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o chamado Banco do Brics, presidido por Dilma Rousseff.