Lula lamenta tragédia no RS: ‘Distribuição indiscriminada de armas é inaceitável’
Édson Crippa matou o próprio pai e o irmão, além de um PM; ele era CAC e tinha quatro armas registradas
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou nesta quarta-feira (23) a tragédia em Novo Hamburgo (RS) que deixou três pessoas mortas. Pelas redes sociais, o petista aproveitou para voltar a criticar a política de liberação de armas para a sociedade civil. Na noite de terça (22), Édson Fernando Crippa, de 45 anos, manteve a família em cárcere privado por mais de 10 horas e matou seu pai e seu irmão e o policial militar Everton Kirsch Júnior.
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“O trágico episódio ocorreu após denúncias de maus-tratos contra um casal de idosos na casa do atirador, que possuía quatro armas registradas em seu nome. Isso não pode ser normalizado: a distribuição indiscriminada de armamentos na sociedade, com grande parte deles caindo nas mãos do crime, é inaceitável”, escreveu Lula.
Um atirador matou três pessoas e feriu outras nove em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. O trágico episódio ocorreu após denúncias de maus-tratos contra um casal de idosos na casa do atirador, que possuía quatro armas registradas em seu nome. Isso não pode ser normalizado: a…
— Lula (@LulaOficial) October 23, 2024
O suspeito — que era CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador) e tinha quatro armas registradas — também feriu outras 12 pessoas. Entre as vítimas, estão a mãe e a cunhada do atirador, que foram atingidas por disparos e estão internadas em estado grave.
O episódio ocorreu no bairro Ouro Branco. Édson Crippa, que foi morto por policiais, usou duas pistolas, duas carabinas e tinha farta munição. Segundo o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, o atirador vive com esquizofrenia.
“Ele tinha armas registradas legalmente. Ele tinha duas armas registradas, sendo uma no sistema Sigma, do Exército, e outra no Sinarm, da Polícia Federal. Por ser CAC, ele teve de apresentar um laudo atestando que teria condições de portar uma arma, mas ele já teve quatro internações por esquizofrenia. Com esquizofrenia não é uma questão de se, mas de quando a tragédia vai acontecer. Ele tinha isso e armas em casa”, afirmou Caron.
A restrição de armas a cidadãos civis é uma das bandeiras do governo de Lula e foi promessa de campanha. Logo no primeiro dia de mandato, o presidente revogou decretos de Jair Bolsonaro (PL) sobre o acesso a armas e munições.
O Congresso Nacional reagiu à política antiarmamentista de Lula, e a Câmara dos Deputados chegou a aprovar um projeto que anulava partes das determinações do petista. Quando a proposta chegou ao Senado, porém, o governo federal fez um acordo com os parlamentares e o texto foi retirado da pauta.
Agora, o Executivo trabalha na construção de um novo decreto, chamado de “corretivo” pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Um dos pontos mais debatidos é a liberação do funcionamento de clubes de tiro a menos de 1 km de instituições de ensino, como escolas e faculdades.