O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne, nesta segunda-feira (10), com reitores de universidades e institutos federais. Os servidores públicos pressionam o governo federal em greve que já ultrapassa mais de 50 dias e, entre as reivindicações, estão aumento salarial e mudanças na progressão de carreira. Uma das opções avaliadas pela gestão petista é de aumento no orçamento das instituições educacionais, além de obras via PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).A reunião está prevista para ocorrer às 9h, no Palácio do Planalto, em Brasília. O encontro estava previsto inicialmente para ocorrer no último dia 5, mas foi cancelado em função da viagem de Lula para o Rio Grande do Sul, devastado por chuvas e enchentes desde o fim de abril. Tratou-se da quarta viagem do presidente ao estado, onde anunciou medidas voltadas para os trabalhadores. Em relação aos reitores, é a segunda reunião, sendo a primeira realizada em 2023.Agora, Lula vai se discutir pessoalmente a greve e a situação das instituições educacionais com os reitores. A reunião vai contar também com a participação dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Camilo Santana (Educação) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação). Atualmente, cerca de 62 universidades federais estão em greve em todo o país.A associação argumenta ser necessário o acréscimo de, no mínimo, R$ 2,5 bilhões para o funcionamento básico das universidades federais. “Esses recursos são imprescindíveis para custear, entre outras despesas, água, luz, limpeza e vigilância, e para garantir bolsas e auxílios aos estudantes”, alertam os reitores e reitoras em nota.Os recursos seriam divididos, sendo R$ 574 milhões em 2024, R$ 827 milhões em 2025 e R$ 747 milhões a mais em 2026. Os profissionais relembram, também, que neste ano, categorias como do Banco Central, Receita Federal, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal garantiram aumento de salário.Os docentes reivindicam reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% — a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026. Também estão na pauta nacional unificada a revogação de uma portaria do Ministério da Educação que estabelece aumento da carga horária mínima de aulas e o controle de frequência por meio do ponto eletrônico para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.A associação afirma que as atitudes do governo representam as escolhas pessoais. “O orçamento é fruto da disputa política, mas também reflete as prioridades do governo e de sua base aliada no Congresso Nacional. Embora afirme que a educação é um setor estratégico para a sociedade, a área não é valorizada como tal nem pelo Executivo, nem pelo Legislativo”, afirma.ConflitoHá, ainda, um conflito entre os sindicatos da categoria, inclusive com troca de farpas entre os dirigentes durante as reuniões sobre o tema. O governo fechou a negociação salarial com uma associação, no entanto, o outro grupo acionou a Justiça para tentar cancelar o documento. Integrantes da gestão federal devem se reunir com os técnicos-administrativos na próxima terça-feira (11) para tentar resolver o problema.