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Lula vai reestabelecer laços do Brasil com Venezuela e reabrir embaixada no país

Nação vizinha perdeu representação brasileira em abril de 2020; as primeiras viagens oficiais de Lula serão para EUA e China

Brasília|Ana Isabel Mansur e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela Nicolás Maduro, presidente da Venezuela

O presidente eleito no Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai reabrir a embaixada brasileira na Venezuela e retomar os laços com o país vizinho, a partir do reestabelecimento das representações do Brasil na nação sul-americana. Lula vai reconhecer Nicolás Maduro como o presidente venezuelano. Os anúncios foram feitos pelo futuro ministro das Relações Exteriores do petista, Mauro Vieira, nesta quarta-feira (14), durante uma coletiva de imprensa em Brasília.

"O presidente [eleito] também me instruiu para que reestabelecêssemos as relações com a Venezuela, o que faremos a partir de 1º de janeiro, enviando, em um primeiro momento, um encarregado de negócios para retomar prédios, residências e chancelarias e reabrir a embaixada. Posteriormente, vamos indicar um embaixador também junto ao governo venezuelano", afirmou Vieira.

As relações entre o Brasil e a Venezuela estão rompidas desde abril de 2020, quando a embaixada brasileira na capital venezuelana foi fechada. Um mês antes, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) havia começado a esvaziar os postos no país vizinho, com a retirada de diplomatas e servidores administrativos da embaixada e do consulado geral.

O Poder Executivo na Venezuela exerce um controle rígido sobre o Judiciário e o Legislativo do país, o que resulta em um sistema institucional desequilibrado. Atualmente, o país é governado por Nicolás Maduro, após um pleito controverso. A Venezuela vive um intenso cenário de crise política, e o cargo do presidente é questionado pela comunidade internacional. 

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A dívida de Cuba e da Venezuela com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já chega a R$ 3,539 bilhões (682 milhões de dólares). Durante o governo dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, empréstimos concedidos pela instituição brasileira para financiamento de obras nos dois países atingiram R$ 10,9 bilhões (2,1 bilhões de dólares).

Em junho de 2022, o Grupo Parlamentar Brasil-Venezuela, instalado no mês anterior, deu início à retomada das conversas entre os dois países. O presidente do grupo parlamentar, o senador Chico Rodrigues (União-RR), é aliado de Bolsonaro.

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Ainda de acordo com o futuro chanceler do Brasil, as primeiras viagens internacionais oficiais de Lula serão para os Estados Unidos e a China, nos primeiros três meses do novo governo. As datas, contudo, não estão confirmadas.

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Mauro Vieira também informou que o Brasil retomará as relações com países do continente africano e as parceriais comerciais com a União Europeia, os Estados Unidos e a China, além de voltar a participar de fóruns internacionais, como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

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De acordo com o futuro ministro, a orientação do presidente eleito é "reaproximar as pontes com os nossos parceiros tradicionais no mundo" sem abrir mão da soberania brasileira. "Queremos uma relação intensa e produtiva, mas equilibrada e soberana. E desenvolver, dentro do interesse nacional, todas as possibilidades de cooperação e de troca com esses países", reforçou.

"Vamos levar o Brasil de volta à cena internacional e reconstruir pontes com nossos vizinhos sul-americanos, em primeiro lugar. Em seguida, com a América Latina, em geral, e também retomar os programas de cooperação com a África. Vamos ter um olhar novo, porque o mundo mudou", afirmou Vieira.

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