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R7 Brasília

Mãe de 'hipster da Federal' pediu que atirassem nele durante surto

Desesperada, ela também sugeriu que o filho fosse amarrado ou algemado por amigos para ser contido em chácara

Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília

Lucas Valença, o 'hipster da Federal'
Lucas Valença, o 'hipster da Federal'

Maurícia Maura Valença, mãe do policial federal Lucas Valença, conhecido como 'hipster da Federal', pediu que colegas algemassem ou amarrassem o filho, ou até atirassem na perna dele para contê-lo durante o último surto psicótico do agente. Lucas morreu em 2 de março deste ano, após ser baleado dentro de uma chácara na cidade de Buritinópolis, em Goiás.

Em depoimento à Delegacia de Polícia Civil de Alvorada do Norte (GO), Maurícia afirmou que o jovem teve um surto psicótico que começou depois que um cachorro da família, chamado Trovão, foi ferido por outro cão, que estava na chácara onde eles foram passar o fim de semana. Ela destacou que Lucas teve um primeiro surto há dois anos, mas de menor proporção.

Ela contou, durante a oitiva, que o filho chegou a procurar um psiquiatra, que na época não identificou nenhuma doença e não apontou a necessidade de internação. Maurícia disse ao delegado que o filho estava transtornado e que, diante da piora, ela deixou a chácara, a pedido de parentes, para evitar mal-estar, pois tinha passado por uma cirurgia no coração e não poderia correr riscos.

Maurícia, no entanto, destacou que, mesmo tendo voltado para Brasília, continuou em contato com os parentes e era informada da piora da situação do filho. No DF, ela teria falado com três policiais federais, amigos de Lucas, que teriam se disponibilizado a ir até a chácara buscar o filho. Maura contou que a família pensou em chamar o Corpo de Bombeiros Militar, mas se preocupou com o fato de o jovem estar armado. "Pensamos em chamar os bombeiros. Mas o bombeiro não poderia ir, porque ele estava armado. Ninguém iria enfrentar", afirmou.


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Em uma chamada de vídeo, Maurícia contou que Lucas estava em surto e que ela tinha pedido aos amigos que amarrassem ou algemassem o filho, ou atirassem na perna dele, de uma maneira que não levasse à morte, para contê-lo enquanto ele dormia.

"Eu falei: 'Algema o Lucas! Vocês não vão conseguir controlá-lo, imobiliza ele. Com esse remedinho, ele vai acordar daqui a pouquinho. Imobiliza, por favor'. Eu dei a minha autorização para que eles fizessem qualquer tipo de contenção no Lucas. Inclusive até um tiro, se não fosse para matar. Se fosse na perna, ou em qualquer outro lugar. Eu sabia que quando ele acordasse eles não conseguiriam segurar ele. O Lucas tinha força demais. Eu sei que eles não fizeram isso", disse a mãe.


Maurícia contou ainda que o pai biológico de Lucas morreu quando ele tinha 3 anos e que ele também perdeu o irmão aos 19. No dia de sua morte, horas antes, o policial teria dito que tinha incorporado o "espírito do pai". A polícia concluiu que o fazendeiro que atirou em Lucas agiu em legítima defesa após ter a casa invadida e a integridade física ameaçada. 

Colaborou Marcos Aurélio Silva, da Record TV

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