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Marina Silva alerta que Amazônia está perdendo umidade e se tornando ‘vulnerável’ a incêndios

A ministra destacou que o governo federal tem se esforçado para enfrentar as queimadas e a seca histórica

Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília


Marina Silva alerta que Amazônia está perdendo umidade e se tornando "vulnerável" a incêndios
Amazônia está perdendo umidade Roque de Sá/Agência Senado - 04/09/2024

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alertou nesta quarta-feira (4) que a Floresta Amazônica está perdendo “umidade”, o que pode tornar a região ainda mais suscetível a incêndios, incluindo os de origem natural. Segundo Marina, com o agravamento da crise climática, a Amazônia, tradicionalmente conhecida por sua alta umidade, está sofrendo mudanças que aumentam sua fragilidade.

“Estamos diante de um processo severo de mudança climática. A floresta está perdendo umidade, o que a torna vulnerável a incêndios, seja por ação humana ou, futuramente, por fenômenos naturais, como raios. É uma situação química altamente deletéria e inimaginável”, explicou a ministra durante a sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado.

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Durante sua participação, Marina Silva ressaltou que a situação na Amazônia poderia se tornar “completamente incontrolável” se medidas drásticas não forem tomadas. A ministra apresentou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), destacando que o desmatamento na Amazônia Legal caiu pela metade em 2023, atingindo o menor índice desde 2018.

Marina também detalhou a atual distribuição dos incêndios na região, explicando que:


  • 27% das áreas queimadas, correspondendo a 900 mil hectares, são em regiões de agropecuária na Amazônia;
  • 41%, ou 1,4 milhão de hectares, ocorrem em áreas de vegetação não florestal, como pastagens;
  • 32% das queimadas estão afetando áreas florestais.

Fim do pantanal

Durante a comissão, a ministra também alertou que o Brasil corre o risco de perder o Pantanal até o final deste século, caso o aquecimento global não seja revertido. A declaração foi feita durante uma sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado, onde Marina discutiu as queimadas e a prolongada estiagem que afetam grande parte do país, especialmente o Pantanal e a Amazônia.

“Se as condições atuais persistirem, o diagnóstico dos pesquisadores é claro: podemos perder o Pantanal até o fim do século. Isso se deve à baixa precipitação, ao alto processo de evapotranspiração e à incapacidade de alcançar a cota de cheia, tanto dos rios quanto da planície alagada”, explicou a ministra.


Marina Silva destacou que o governo federal tem se esforçado para enfrentar as queimadas e a seca histórica, buscando mitigar os danos e reverter as “condições muito desfavoráveis”. Segundo ela, o trabalho iniciado em janeiro de 2023 evitou que a situação se tornasse “completamente incontrolável”. “Estamos tentando ‘empatar o jogo’ em meio a essas adversidades”, afirmou.

A convocação de Marina Silva pela comissão se deu em resposta ao aumento das queimadas no Brasil no último mês. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o país registrou 68.635 queimadas em agosto de 2024, tornando-se o quinto pior mês da série histórica iniciada em 1998. Este é o maior índice registrado para agosto desde 2010, quando houve 91.085 focos de calor. Ao final de agosto, mais de 620 cidades brasileiras estavam em situação de emergência devido à falta de chuva e aos incêndios florestais, representando 11% dos municípios do país.

A prolongada estiagem e possíveis atividades ilegais, atualmente sob investigação pela Polícia Federal, foram apontadas como fatores que contribuíram para o aumento expressivo das ocorrências. Em 2024, o número de queimadas foi 144% maior em comparação a 2023, quando foram registrados 22.478 focos. As autoridades intensificaram o combate e a fiscalização nos principais biomas brasileiros, especialmente porque setembro tende a ser o mês com maior número de registros. Em 2023, foram 46.498 focos em setembro, mas o país já atingiu o recorde de 141.220 focos no mesmo mês em 2007.

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