Marina Silva diz que combate ao fogo é uma ‘operação de guerra’
Governo Federal suspeita de atividade criminosa em queimadas; PF abriu novos inquéritos para apurar causas
Brasília|Giovanna Inoue e Rafaela Soares, do R7, em Brasília
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirma que o governo federal trabalha com a suspeita de que as queimadas que atingem o país são fruto de atividades criminosas e o combate às chamas é uma “operação de guerra”. Cidades do Centro-Oeste, como Brasília e Goiânia, e do Sudeste, como Belo Horizonte, amanheceram cobertas por fumaças vindas de queimadas.
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A Polícia Federal vai apurar as causas de incêndios que atingem todo o país. Em coletiva de imprensa neste domingo (25), a corporação confirmou a abertura de dois inquéritos referentes à situação paulista. Ao todo, a PF tem 31 inquéritos do tipo.
Marina afirma que o Ibama, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Polícia Federal, Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Ministério da Defesa, Bombeiros, Defesas Civis e outros órgãos estão envolvidos em ações contra o fogo. “É uma verdadeira guerra contra o fogo e contra a criminalidade”, disse.
“Fundamental que se entenda que o que tá acontecendo. Quando se trata de ação criminosa, será punida com todo o rigor que a lei nos oferece”, disse Marina Silva.
Segundo a ministra, o presidente Lula vai participar da próxima reunião ordinária da sala de situação criada em junho para prevenção e controle de incêndios e secas em todos os biomas, com foco inicial no Pantanal. Neste domingo (25), Lula participou do encontro para discutir os focos de incêndio, que se espalham por todo o país. No entanto, não falou com a imprensa após a reunião. O encontro aconteceu na sede do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), onde está localizado o Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais).
Além de Lula e Marina, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, participou da reunião. “Se tem fogo coordenado, ao mesmo tempo, e de forma atípica, deve ter crime”, afirmou o ministro. A primeira-dama Janja da Silva, o presidente do Ibama, Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, também estavam no encontro.
Desde sexta-feira (23), cidades de São Paulo e de Goiás e o Distrito Federal acordaram cobertos com uma espessa camada de fumaça. Em Brasília, visitantes da Torre de TV não conseguiam ver a Esplanada dos Ministérios, localizada logo em frente, por conta da fuligem.
Sobre a situação da capital federal, Marina Silva atribuiu a fumaça a dois fatores: o processo de incêndios no entorno de Brasília e a influência da fumaça de outras regiões. “Equipes técnicas estão fazendo a avaliação para dizer de onde vem a fumaça. Agora, nesse momento, temos fogo na Amazônia, Pantanal, Bolívia em situação de muita penúria”.
Os focos de incêndio têm batido recorde neste ano. A Amazônia, o Pantanal e o Sudeste do país estão com as situações mais críticas. O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos divulgou imagens que mostram um corredor de monóxido de carbono que se estende do Norte brasileiro até as regiões Sul e Sudeste, passando por Peru, Bolívia e Paraguai.