Mesmo sem Eduardo Leite, PSD terá candidato próprio, diz Kassab
Líder da legenda não adiantou novo nome na disputa à Presidência da República, mas descartou apoio à candidatura de Lula
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
A desistência do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em se filiar ao PSD para concorrer à Presidência da República não será motivo para que a legenda não lance um candidato próprio. O presidente da legenda, Gilberto Kassab, afirmou, nesta segunda-feira (28), que a sigla vai propor um novo nome e que não há chance de consolidar uma coligação para apoiar concorrentes de outros partidos.
"Teremos uma candidatura própria à Presidência da República. Assim como tivemos o momento do Rodrigo Pacheco e discutimos internamente antes de apresentar o nome. Depois tivemos o momento do Eduardo Leite e agora vamos preparar o momento de uma nova candidatura que, com certeza, em breve será apresentada", disse Kassab, durante anúncio da pré-candidatura de Felicio Ramuth, prefeito de São José dos Campos, para concorrer a governador de São Paulo.
Leite era o nome mais forte para concorrer à liderança do Planalto pelo PSD, mas decidiu continuar no PSDB. O desafio da legenda de Kassab agora é discutir e lançar outro nome a tempo de colocá-lo na corrida eleitoral. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), foi o primeiro a ser pleiteado para a vaga, mas tem sido enfático ao descartar a possibilidade, frisando que vai se dedicar à liderança parlamentar.
Se a sigla pretende emplacar novamente Pacheco ou trazer um novo nome para representar a legenda, Kassab não quis adiantar. "Falar nomes agora é prematuro. O que marca o PSD é a discussão interna aprofundada. Vamos discutir com os líderes, dirigentes e a militância, e depois os nomes serão trazidos", declarou o presidente.
Sobre a especulação de apoiar a candidatura de Lula, Kassab foi enfático ao descartar a possibilidade, afirmando que a legenda não concorda com o mecaismo de coligações. "Não vemos sentido nenhum o partido desistir para apoiar outros. Não condenamos quem o faça, porque a legislação permite. Mas nós lutamos muito para acabar com as coligações nas eleições convencionais", disse. O presidente do PSD declarou que a bancada votará contra a possibilidade nas eleições majoritárias, na próxima legislatura.
Questionado sobre um possível apoio a outros nomes em um segundo turno, Kassab afirmou que quando há uma candidatura própria não é possível admitir que o filiado esteja de fora da disputa. "Vamos estar no segundo turno e o apoio de todos será muito bem-vindo". Apesar de rejeitar as coligações, o líder do PSD se disse honrado em participar de reuniões para definir candidatos em comum e que aceitará apoio "na hora certa".
Em relação à bancada no Congresso Nacional, ele afirmou que espera uma ampliação de mais de 40% com o fechamento da janela eleitoral. "Tínhamos no início da janela 35 parlamentares e devemos estar no final com aproximadamente 50 parlamentares, o que é um número bastante significativo."