Ministério da Saúde negocia compra emergencial de 25 mil doses da vacina contra mpox
Nesta quinta-feira, a Ministra da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergência para monitorar a doença
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília
O Ministério da Saúde negocia com a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) a compra emergencial de 25 mil doses da vacina contra a mpox, conhecida como varíola dos macacos. Além disso, na manhã dessa quinta-feira (15) a ministra da Saúde, Nísia Trindade, instalou o COE (Centro de Operações de Emergência) que vai monitorar os casos da doença no país. As medidas foram anunciadas em coletiva de imprensa, depois da OMS (Organização Mundial de Saúde) declarar situação de emergência de saúde pública de importância internacional no começo da semana.
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Apesar da compra das vacinas, a ministra ressaltou que o momento não é de alarme, “mas de vigilância”. “Ainda estamos aguardando a resposta [da OPAS], mas a vacinação nunca será uma estratégia em massa, o que é importante dizer para a população não se sentir desprotegida por não ter a vacina. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem uma licença especial para casos muito excepcionas e grupos vulneráveis ou pessoas que tenham tido contato com outras pessoas doentes. Esses são os grupos vacinados”, explicou.
A ministra também reforçou que a emergência de saúde foi decretada pela OMS devido à nova variante, chamada 1B, que não tem registros de contaminação no Brasil. A nova cepa é mais transmissível e causa um quadro mais grave da doença. “Temos casos no Brasil [da mpox], mas da Cepa 2, não com essa nova cepa. E o comitê vai discutir as medidas principalmente de orientação aos viajantes e a população”, disse.
No ano passado, o Brasil distribuiu pelo menos 47 mil doses a todos os estados e Distrito Federal. Nísia afirmou que ainda está em estudo se a nova vacina é suficiente para conter a variante. A ministra também disse que a Anvisa vai atuar, por exemplo, na orientação dos aeroportos para os viajantes que chegam ao Brasil vindos de locais com registros das doenças com a cepa 1B.
Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos contaminados pela doença no Brasil são homens com idades entre 30 e 39 anos. Ao todo, o Brasil já registrou 12,2 mil casos desde 2022, com 16 mortes notificadas. As mortes foram de 15 pessoas imunossuprimidas e uma que lutava contra um câncer em estágio avançado, segundo o Ministério.
Nos casos gerais, o Brasil registrou 49 hospitalizações e cinco internações em UTI (unidade de terapia intensiva).