Ministério dos Direitos Humanos diz que Me Too tentou interferir em licitação do Disque 100
Pasta acusa organização de tentativa de interferência após denúncia contra ministro Silvio Almeida
Brasília|Thays Martins, do R7, em Brasília
Após vir a tona as denúncias feitas pela organização Me Too Brasil contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, a pasta emitiu uma nota em que acusa a instituição de tentar interferir em uma licitação do Disque 100.
Segundo a nota, a Me Too esteve em negociação, em 2023, com as então gestoras da Coordenação-Geral do Disque 100, solicitando mudanças que seriam indevidas no formato da licitação vigente.
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A pasta diz que a organização era contrária à separação dos serviços “Ligue 180” e “Disque 100”, que ocorreu com a criação do Ministério das Mulheres. Segundo o ministério, o assunto não poderia estar sendo “discutido com possível participante do processo licitatório, uma vez que configuraria conflito de interesses”.
Após o ocorrido, a pasta relata que alterou totalmente o formato da licitação, após a indicação de possível superfaturamento no catálogo de serviços, identificada pela Assessoria Especial de Controle Interno da pasta.
Cerca de um mês depois, a organização Me Too teria retomado a tentativa indevida de interferência na licitação, sem conseguir. Após isso, veio a tona uma denúncia de assédio contra o então coordenador-geral da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, Vinícius de Lara Ribas, que acompanhou a licitação.
A pasta indica que relatos informais são de que a denúncia teria sido arquitetada pela coordenadora-geral do Disque 100, Kelly Garcez, que foi exonerada em março de 2024.
O R7 procurou o Me Too, mas ainda não teve resposta. O espaço segue aberto.
Acusação contra Silvio Almeida
A organização Me Too Brasil disse, nesta quinta-feira, que recebeu denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida. Segundo a instituição, as mulheres foram atendidas pelos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico.
O Me Too também disse que as vítimas autorizaram a divulgação das informações, mas que a identidade delas permanecerá em sigilo.
Em pronunciamento nas redes sociais, o ministro negou as acusações e disse que vai pedir investigação das denúncias contra ele.
“Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”, disse o ministro.