O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, pediu nesta terça-feira (15) apoio popular para aprovar no Congresso Nacional a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês. A expectativa do governo federal é que a medida, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, valha já para 2026 — embora não haja data para análise do Legislativo. O projeto de lei com a iniciativa foi enviado aos parlamentares pelo Executivo em 18 de março.“Vocês sabem, o [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda] nos liderou sob a orientação do presidente, para construir um processo gradativo, a partir de um compromisso do presidente, para isentar do Imposto de Renda na folha de pagamento quem ganha até R$ 5.000. A partir de janeiro de 2026, se o Congresso aprovar. Precisamos conversar com nossos deputados para aprovar esse projeto. Para compensar isso, 141 mil brasileiros vão ter que pagar um pouco mais do que pagam hoje. Vejam só, 141 mil pagar 10%, um pouquinho de nada, para poder beneficiar milhões de brasileiros”, destacou Marinho, ao lado de Lula e Haddad em visita à fábrica da empresa automotiva Nissan, em Resende (RJ).O pedido do ministro segue a linha do que fez o chefe da Fazenda, na semana passada, também em agenda fora de Brasília (DF). No interior de Minas Gerais, ao acompanhar Lula em um evento farmacêutico, Haddad citou a medida.“Peço a atenção de vocês e apoio, se vocês concordarem. Atenção ao seu deputado, ao seu senador, muita atenção nas votações que vão acontecer no Congresso Nacional, que é assim que se constrói um país. A grandeza do Brasil depende de justiça. Vamos buscar justiça social e tributária, para ter um país melhor”, declarou.Como apurou o R7, uma ala do governo considera que a proposta não terá tramitação especial no Congresso, apesar de ter sido enviada com urgência constitucional. Assim, o texto deve tramitar normalmente pelas comissões permanentes da Câmara e do Senado. Na Câmara, será criada uma comissão especial, e o relator vai ser o deputado Arthur Lira (PP-AL).Interlocutores do governo federal consideram que a ampliação da isenção já está pacificada no Congresso. A principal discussão deve ser a fonte de compensação do projeto. Para bancar a isenção do IR a quem ganha até R$ 5.000, o projeto propõe cobrar taxar os mais ricos do país. São 141 mil contribuintes (0,13% do total) que passarão a pagar um valor mínimo de Imposto de Renda. Esse grupo é composto por aqueles que recebem mais de R$ 600 mil por ano, ou seja, ao menos R$ 50 mil por mês, e não contribuem com uma alíquota efetiva de até 10%.Esse é o ponto mais criticado do projeto. A oposição, por exemplo, é contrária a esse imposto e sugere que o governo compense a isenção com corte de gastos internos. Apesar das críticas, o Planalto acredita que o Congresso vai ampliar a compensação — não modificá-la e retirar a cobrança aos mais ricos.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp