Ministro não descarta conversa entre Lula e Biden para aprovação de resolução na ONU
Proposta do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU foi vetada nesta quarta-feira pelos Estados Unidos
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, vê espaço para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva articule diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a aprovação de uma resolução de cessar-fogo na região da Faixa de Gaza.
O chanceler afirmou que Lula "fala constantemente e sempre que necessário" com Biden. "Eu também, sempre que necessário, converso com as autoridades americanas", ressaltou.
A resolução proposta pelo Brasil ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) foi rejeitada nesta quarta-feira (18) pelos Estados Unidos, um dos cinco países que têm poder de veto no colegiado. As outras nações com poder de veto por também serem detentoras de assentos permanentes são: França, China, Reino Unido e Rússia.
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O documento proposto pelo Brasil, atual ocupante da presidência rotativa do conselho, prevê a interrupção dos bombardeios na região. Vieira não descartou a possibilidade de uma nova resolução ser apresentada, mas ressaltou que a construção do texto não depende unicamente do Brasil.
"Infelizmente, não foi possível aprovar essa resolução. Ficou clara a divisão de opiniões", lamentou o chanceler. "Mas acho que, do nosso ponto de vista e da nossa Presidência, fizemos todo o esforço possível para cessar as hostilidades, parar com os sacrifícios humanos e dar certa assistência a populações locais e aos brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Nossa preocupação sempre foi humanitária neste momento, mas cada país tem sua inspiração própria", declarou Vieira.
O chefe da diplomacia brasileira disse, ainda, não acreditar que a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Israel tenha outras motivações que não a busca de soluções para o conflito. "A visita de Biden é um momento importante e bom para que possa expressar preocupação com os cidadãos americanos [na região]. Não sei de outras motivações. Ele vai fazer contatos que tenho certeza que serão no sentido de procura de entendimento e solução pacífica para o conflito", opinou o chanceler.