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R7 Brasília

Monitoras de creche onde bebê morreu denunciaram caso à polícia

Funcionárias desconfiam que morte não foi acidental. Sócia suspeita está presa e responde por homicídio com dolo eventual 

Brasília|Josiane Ricardo, da Record TV, e Jéssica Moura, do R7

Delegacia apura o caso como homicídio com dolo eventual, em que a suspeita assumiu o risco
Delegacia apura o caso como homicídio com dolo eventual, em que a suspeita assumiu o risco

Três funcionárias da Creche da Tia Cleidinha, na região de Planaltina (DF), onde morreu nesta quarta-feira (20) Amariah Noleto, 6 meses, falaram à Record TV sobre o que aconteceu naquele dia. Uma mulher de 22 anos, sócia e sobrinha da dona da creche, responsável por cuidar da bebê, foi presa em flagrante na quinta-feira (21) e passou por audiência de custódia. Ela vai continuar presa preventivamente e deve responder por homicídio com dolo eventual.

Para a Polícia Civil, a mulher se omitiu nos cuidados da menina e assumiu o risco da morte. A Secretaria de Educação do DF informou que a creche não tinha licença para funcionar. A 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) investiga a morte da criança.

Uma das funcionárias da creche, que trabalha no local há dois anos, revelou que, enquanto servia o almoço para as crianças de 1 e 2 anos, por volta das 12h, era acompanhada pela suspeita da morte da criança. Nesse momento, no quarto ao lado da cozinha, Amariah teria começado a chorar, o que teria irritado a monitora.

"[Ela] Jogou os objetos que estavam na mão dela, saiu, foi para o quarto onde a Amariah estava, bateu a porta. Depois que ela entrou no quarto, o choro da Amariah modificou, como se tivesse abafado. Eu saí da cozinha, olhei para a porta, ainda estava fechada, só que tive que ir alimentar as outras crianças, e acabei ficando dispersa", afirmou.


Em seguida, ela diz ter ido colocar as crianças de 3 a 5 anos para dormir. Ela saiu do trabalho às 13h e só teria ficado sabendo da morte da criança mais tarde, quando já estava em casa. "Foi aí que tive a ideia na hora que pode ter sido nesse momento em que ela pode ter sufocado a Amariah, algo do tipo, lembrei na hora do fato que presenciei", afirmou.

Outra funcionária, que chega às 13h, relembrou o momento em que o pai da criança foi à creche para buscar a bebê naquela tarde. Ela disse que, por volta das 16h, foi buscar Amariah no quarto onde ela dormia, e a encontrou deitada de bruços e com o protetor do berço sobre a cabeça. "Peguei ela no colo, estava branca, com a boca roxa, e o olho entreaberto", descreve a mulher.


Diante da cena, ela disse que pediu ajuda. "Tia Cleide, socorro, a Amariah morreu!". A proprietária da creche tomou a criança nos braços e pediu que a funcionária chamasse a sócia que cuidava da criança. A mulher ligou para outra funcionária e, junto com a dona da creche, levou a criança para o hospital. Segundo as investigações, Amariah chegou ao Hospital Regional de Planaltina já sem vida.

Uma terceira funcionária disse que a mãe de Amariah era muito cuidadosa com a criança. "Todo dia ela ia lá na creche, na hora do almoço, sempre ia lá, as coisas da neném, tudo tinha nome dela, tudo dela era bem cuidado", lembra. "Era aquela preocupação, era muito zelosa".


Depois que soube da notícia da morte da bebê, por volta das 19h, e diante do posionamento do da dona da creche de abrir o estabelecimento no dia seguinte, a funcionária se recusou a voltar na quinta-feira (21). "A gente precisa denunciar essa mulher. Não foi um acidente", disse a outras colegas. Ela assegura que a mãe da bebê confiava na monitora.

Ela disse ainda que, no dia da morte, viu Amariah e a bebê parecia bem. "Eu peguei no colo, eu vi a neném. Ela estava feliz, rindo, brincou... Como uma criança saudável morre do nada?", indagou. Ela e outras duas colegas denunciaram o caso à polícia. "A mãe precisa saber que isso não foi acidente".

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