Morador de rua espancado por personal conta detalhes do caso
Givaldo de Souza contou sua versão da história e disse que foi abordado pela mulher no terminal rodoviário de Planaltina, no DF
Brasília|Josiane Ricardo e Fred Linhares, da Record TV
O morador de rua Givaldo Alves de Souza, 48 anos, flagrado mantendo relações sexuais com a esposa de um personal trainer em Planaltina, no Distrito Federal, falou com a equipe da Record TV nesta quinta-feira (24). Ele deu detalhes do dia em que encontrou a mulher e afirmou que não houve violência sexual. A entrevista completa será exibida no programa Balanço Geral Brasília desta quinta.
Segundo Givaldo, a mulher o abordou na rodoviária da cidade, e os dois seguiram de carro até uma rua residencial, afastada da movimentação de pessoas e veículos. Ele contou que chegou a alertar a mulher sobre o fato de ser morador de rua, mas ela, ainda assim, teria afirmado que queria ter relações com ele.
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"Naquela noite, ao passar pelo terminal rodoviário, eu ouvi uma voz que insistentemente gritava: 'Ei, moço, moço'. Eu olhei para trás e vi uma moça linda demais, então perguntei para ela se estava falando comigo, ela disse que sim e eu esperei. Quando ela chegou até mim, perguntei no que poderia ajudá-la, e ela respondeu: 'Quero namorar com você'. Eu falei que era morador de rua, mas ela disse que não ligava e que queria namorar comigo", contou.
Eu falei%3A 'Moça eu não tenho dinheiro'%2C e ela respondeu%3A 'Eu não quero dinheiro%2C dinheiro eu tenho%2C eu quero namorar com você'.
Givaldo também disse que foi surpreendido por uma sequência de socos no rosto no momento em que o personal trainer Eduardo Alves flagrou a situação. "Foi muito rápido, e minha única atitude foi sentar no banco e puxar a porta. Quando ele [Eduardo] entrou no carro, nossas mãos se encontraram em socos, até que ele parou, ficou paralisado, olhando pra ela. Ela não disse mais nada, não disse mais nenhuma palavra."
Tudo o que eu ouvi dela depois das palavras que me convenceram a ir até esse ato foi só sussurros%2C gemidos e muito amor.
O personal disse à polícia que achou que se tratava de abuso sexual. Câmeras de segurança registraram o ataque de fúria do homem, que também investiu contra a companheira. Segundo Givaldo, as imagens que circularam nas redes sociais e mostram um homem sendo agredido ao lado de um carro branco não são dele. "Não sou eu que apareço nessa imagem, essa imagem que mostra um carro branco está sendo atribuída a mim, mas não sou eu, em hipótese alguma", afirmou.
O caso, que viralizou nas redes sociais, ocorreu em 9 de março. Machucado, Givaldo foi socorrido e levado ao Hospital Regional de Planaltina, onde permaneceu três dias. Embora tivesse recebido alta, ele foi mantido na unidade de saúde. Informado da repercussão do caso, Givaldo ficou surpreso e negou ter cometido abusos, afirmando que o ato sexual tinha sido consentido.
O personal suspeito da agressão é investigado pela 16ª Delegacia (Planaltina). Já Givaldo foi acolhido em um abrigo para pessoas em situação de vulnerabilidade social, em Ceilândia.