Moraes determina investigação sobre vazamento da quebra de sigilo de Mauro Cid
Ajudante de ordens do presidente da República é alvo de diligências abertas no Supremo
Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de investigação sobre o vazamento de informações da quebra de sigilo do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro. As informações, que corriam sob sigilo na Polícia Federal, vieram à tona nesta semana.
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A quebra de sigilo do militar ocorreu por causa de uma investigação em sigilo aberta no Supremo. Os investigadores identificaram transações bancárias suspeitas de Mauro Cid — entre elas, depósitos e saques relacionados a gastos do presidente.
Na decisão, o magistrado destaca que as informações foram postas sob sigilo, mas mesmo assim vazaram em reportagens publicadas na imprensa. A investigação determinada pelo ministro vão ocorrer por meio de um procedimento administrativo. Entre as diligências, Moraes determina que o delegado responsável pelo caso preste esclarecimentos.
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"Expedição de ofício ao Delegado de Polícia Federal Flávio Alvarez Shor, autoridade policial designada para atuação na Pet 10.405/DF, para que preste as informações pertinentes acerca dos fatos noticiados, notadamente no que diz respeito ao acesso, no âmbito policial, às decisões proferidas nos autos da referida Pet e aos relatórios produzidos nos autos, bem como forneça os nomes de todos os policiais federais que têm conhecimento dos assuntos investigados na Pet mencionada", escreve o magistrado.
Em transmissão realizada pela internet, Bolsonaro chegou a acusar Moraes de vazar as informações. "Foi o Alexandre de Moraes que vazou. Não vem com papinho que foi a PF não, porque esse pessoal da PF, Alexandre de Moraes, come na sua mão, então foi você que vazou. Vazou para quê? Para criar um clima", acusou Bolsonaro.