Pela quarta vez, Moraes prorroga prazo do inquérito que apura eventual interferência de Bolsonaro na PF
Nelson Jr./SCO/STF - 03.03.2021O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (11) prorrogar por mais 90 dias o prazo de duas investigações que têm o presidente Jair Bolsonaro como um dos alvos.
Um dos inquéritos é o que apura se o chefe do Executivo tentou interferir politicamente na Polícia Federal para beneficiar familiares e amigos. A investigação foi aberta em abril do passado após denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro e já havia sido prorrogada três vezes.
O inquérito avalia se o presidente Jair Bolsonaro cometeu os crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça e corrupção passiva privilegiada.
A prorrogação do inquérito aconteceu após Bolsonaro anunciar, na última quinta-feira (7), que vai prestar depoimento à Polícia Federal de forma presencial sobre o caso. A data da oitiva do presidente ainda não foi marcada, mas Moraes determinou que ela aconteça até 7 de novembro.
O depoimento do presidente deve ser a última etapa do inquérito. A investigação estava paralisada desde outubro do ano passado e aguardava justamente a versão do chefe do Executivo sobre o caso.
Milícias digitais
O outro inquérito prorrogado pelo ministro Alexandre de Moraes é sobre a suposta atuação de milícias digitais que teriam sido criadas com a finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito. Esses grupos, de acordo com Moraes, podem ter contado com o apoio de agentes públicos e parlamentares bolsonaristas.
Essa investigação foi aberta em julho deste ano e apura se apoiadores do presidente incentivaram ataques contra instituições pelas redes sociais e se eles contribuíram financeiramente com a atividade das supostas milícias digitais.