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R7 Brasília

Moraes vota para condenar segundo acusado dos atos de 8/1 a 14 anos de prisão

Advogado disse que Alexandre de Moraes passa de 'julgador a acusador'; discurso para 'postar nas redes', rebateu ministro

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

Moraes é o relator dos casos no STF
Moraes é o relator dos casos no STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para condenar Thiago Mathar, o segundo réu pelos atos de 8 de janeiro, a 14 anos de prisão, além de indenização de R$ 30 milhões, a ser paga em conjunto com os demais condenados. A defesa, no entanto, afirmou que o réu entrou no Palácio do Planalto em busca de proteção.

Nunes Marques, revisor do processo, votou pela condenação a dois anos e seis meses, em regime aberto. Cristiano Zanin, terceiro a votar, opinou por condenar o homem a 11 anos de prisão. Mendonça votou por condená-lo a quatro anos e dois meses. Fachin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Cármem Lúcia seguiram integralmente o voto de Moraes. Já Barroso votou por uma pena de nove anos. Luiz Fux estava fora do plenário e ainda não votou.

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No discurso, o advogado Hery Kattwinkel disse que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, "passa de julgador a acusador". "Patético e medíocre que um advogado suba à tribuna com discurso de ódio para depois postar nas redes sociais", rebateu o magistrado.

"Digo com tristeza que o réu aguarda que seu advogado venha defender tecnicamente. O advogado não analisou nada, nenhum dos crimes. Preparou um discursinho para postar em redes sociais. Isso é muito triste. Os alunos de direito que estão aqui hoje tiveram uma aula do que não pode ser feito", disse. 


Segundo Moraes, nem o réu quis ser "tão patético" e não há dúvida da participação no atentado por parte do homem.

"Ele veio de Penápolis para Rio Preto para participar de um ato golpista para pedir intervenção, apoiar intervenção das Forças Armadas. O réu reconheceu que pleiteava intervenção militar no país. Veio em ônibus fretado. [...] Participou de toda a caminhada pela Esplanada dos Ministérios, ingressou no Palácio do Planalto e ficou lá invadindo, instigando, depredando com os demais, agitando bandeira do Brasil na janela", disse o ministro. 


Thiago de Assis Mathar é natural de São José do Rio Preto (SP). Para a PGR, o denunciado tentou depor, por meio de violência e grave ameaça, o governo legitimamente constituído e aderiu aos objetivos de auxiliar, provocar e insuflar o tumulto, com intento de tomada do poder e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF.

Segundo a PGR, Thiago e os demais que seguiram para o Palácio do Planalto invadiram o prédio e quebraram vidros, depredaram cadeiras, painéis, mesas, obras de arte e móveis históricos, inclusive, um relógio trazido ao Brasil por dom João 6º. Eles também rasgaram uma tela de autoria de Di Cavalcanti, destruíram carpetes e outros bens com emprego de substância inflamável.

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