Brasília Moro diz que 'corrupção do PT foi real' após Toffoli afirmar que prisão de Lula teria sido 'armação'

Moro diz que 'corrupção do PT foi real' após Toffoli afirmar que prisão de Lula teria sido 'armação'

O senador faz parte do grupo de procuradores e membros do Judiciário que terão a conduta analisada por atuação na Lava Jato

  • Brasília | Bruna Lima, do R7, em Brasília

O senador Sergio Moro defendeu a Lava Jato

O senador Sergio Moro defendeu a Lava Jato

Marcos Oliveira/Agência Senado - 22.3.2023

O senador Sergio Moro (União-PA) defendeu nesta quarta-feira (6) a Operação Lava Jato e afirmou que "a corrupção nos governos do PT foi real" após o anúncio de que a Advocacia-Geral da União (AGU) vai criar uma força-tarefa para apurar a conduta de procuradores da República e membros do Poder Judiciário durante a instrução e o julgamento de casos da Lava Jato. As investigações recaem sobre Moro, que era juiz na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela condução da operação.

Em publicação nas redes sociais, o ex-juiz também citou a recuperação de mais de R$ 6 bilhões para a Petrobras. "Esse foi o trabalho da Lava Jato, dentro da lei, com as decisões confirmadas durante anos pelos Tribunais Superiores", disse. 

A medida ocorre após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, anular todas as provas obtidas por meio do acordo de leniência da construtora Odebrecht. O ministro afirmou ainda que a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um dos maiores erros judiciários da história do país e "uma armação". Esses elementos agora anulados serviram de base para diversas acusações e processos na Operação Lava Jato.

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O objetivo da AGU é cumprir com a determinação de Toffoli para identificar e informar quais agentes públicos atuaram no acordo de leniência da Odebrecht que não usaram os trâmites formais. O magistrado também demandou à Procuradoria-Geral da República, à Receita Federal, ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) que tomem as providências necessárias para apurar responsabilidades sobre o acordo.

Segundo Toffoli, agentes públicos atingiram pessoas naturais e jurídicas, independentemente de sua culpabilidade ou não. E "destruíram tecnologias nacionais, empresas, empregos e patrimônios públicos e privados". Para o ministro, centenas de acordos de leniência e delações premiadas foram celebrados como meios ilegítimos de levar inocentes à prisão.

Toffoli deu um prazo final de dez dias à 13ª Vara Federal de Curitiba e ao Ministério Público Federal do Paraná para compartilharem com a defesa de Lula o "conteúdo integral de todos os documentos do acordo de leniência da Odebrecht", sob pena de cometimento do crime de desobediência.

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