Moro faz 14 perguntas a Zanin e questiona se ele foi padrinho de casamento de Lula
Questionamentos aconteceram durante sabatina no Senado com advogado indicado à vaga de ministro do STF
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
Durante a sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado do advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) fez 14 perguntas e questionou se Zanin foi padrinho de casamento de Lula com a primeira-dama, Janja da Silva.
O parlamentar tinha prometido fazer perguntas técnicas ao advogado, para avaliar a competência dele em integrar o STF, mas abordou a relação pessoal de Zanin com Lula. O advogado representou o presidente nos processos da Lava Jato e foi responsável por conseguir a absolvição de Lula nos escândalos investigados pela operação, anulando inclusive penas impostas por Moro ao presidente.
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“Eu li, por exemplo, vi na internet, não sei se é procedente ou não essa afirmação, que Vossa Excelência teria sido padrinho de casamento, do recente casamento do presidente. Não sei se é verdade ou não e, se não for, eu peço até as minhas escusas, mas é importante para nós, aqui do Senado, termos presente essa relação, se ela vai além da atuação como advogado particular”, perguntou Moro.
Zanin reconheceu que tem uma relação de proximidade com Lula, mas disse que não foi padrinho de casamento dele com Janja.
“A minha relação com o presidente Lula é uma relação que se estabeleceu ao longo do tempo. Na condição de advogado, eu tive uma convivência bastante frequente com o presidente Lula. Não fui padrinho do casamento do presidente Lula e prezo muito esta relação, assim como a relação que tenho com outras pessoas, inclusive deste Senado”, respondeu.
“Neste ano, a única vez em que eu estive presencialmente com o presidente Lula foi o dia em que eu fui convidado a ir ao Palácio do Planalto para receber o convite para ser indicado ao Supremo Tribunal Federal. A minha relação tem esses contornos. Eu jamais vou negá-la, ao contrário. Sou grato ao presidente Lula por ter indicado o meu nome ao Supremo Tribunal Federal para que fosse feito o crivo deste Senado”, completou Zanin.
Moro também perguntou a Zanin se ele vai se declarar suspeito em processos relacionados a Lula, mas o advogado só prometeu que não vai julgar casos passados e que vai ter de analisar se pode participar de questões futuras.
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“Os processos em que eu funcionei como advogado, se aprovado for por este Senado, eu não poderei vir a julgar este processo, esta causa, se estiver no Supremo Tribunal Federal. Por outro lado, em questões futuras, processos futuros, evidentemente que é necessário, para aquilatar ou não uma hipótese de impedimento ou suspeição, analisar os autos, analisar quem são as partes, analisar qual é o conteúdo”, afirmou.