Mulher de Silvio Almeida critica feminismo e afirma estar ‘ansiosa por justiça’
Ednéia Carvalho criticou a suposta ‘banalização’ das pautas feministas; ex-ministro foi demitido por Lula em setembro
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
Em um desabafo publicado nas redes sociais, Ednéia Carvalho, esposa do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, afirma que a família tem lidado com a “injustiça” nos últimos dois meses e lamenta que o “feminismo não a acolheu”.
O ex-ministro foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro, após denúncias de assédio moral e sexual envolvendo o então chefe da pasta serem divulgadas pela imprensa. “Esses últimos dois meses não têm sido fáceis, conviver com a injustiça, tirarem a sua paz é algo que nem sei explicar”, escreveu.
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“Sou do tipo que procuro ver o lado bom em tudo e confesso que estou feliz por estar na minha casa [em São Paulo], Brasília não me fez bem, sentirei falta das boas amizades que lá fizemos, mais nada”, completou.
Na declaração, Ednéia criticou a suposta “banalização” das pautas feministas, que, segundo ela, teriam sido desvirtuadas por “interesses pessoais”.
“Fala-se tanto em pautas feministas, mas esse mesmo feminismo não me acolheu, nunca vou esquecer das vezes que tive que amamentar a minha filha em meio a uma tristeza profunda. Eu lamento muito que pautas sérias estejam sendo banalizadas por interesses pessoais, mas apesar de tudo estou bem, sigo cuidando da minha família.”
Relembre o caso
Almeida foi demitido em 6 de setembro, após denúncias de assédio sexual e moral divulgadas pela imprensa. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ela disse publicamente ter sofrido importunação sexual e, à Polícia Federal, relatou que as abordagens de Almeida chegaram à forma de contato físico. O ex-ministro nega as acusações e se diz vítima de perseguição.
As denúncias foram inicialmente apresentadas pela organização “Me Too Brasil”, que atua na defesa de mulheres vítimas de violência sexual. De acordo com o movimento, as supostas vítimas autorizaram que as informações fossem levadas à imprensa, e suas identidades foram mantidas em sigilo.