Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

'Não acredito em complô' diz chefe da Inteligência que alertou sobre atos extremistas em 8 de janeiro

O coronel Jorge Henrique da Silva falou à CPI na Câmara Legislativa nesta quinta; ele coordenava a Subsecretaria de Inteligência do DF

Brasília|Karla Beatryz*, do R7, em Brasília

Vândalos invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em atos de 8 de janeiro
Vândalos invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em atos de 8 de janeiro

Em depoimento nesta quinta-feira (30) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que investiga os atos extremistas ocorridos em 8 de janeiro, o coronel da Polícia Militar do DF Jorge Henrique da Silva disse que recebeu um documento sobre os ataques e não acredita em um complô. O coronel coordenava os assuntos institucionais da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF, desde março de 2022.

Durante o depoimento, ele explicou que em 5 de janeiro a pasta recebeu um único documento, do Ministério da Justiça, que tratava da possibilidade dos atos extremistas. “Alguém que integrava um grupo de mensagens verificou que algumas pessoas tratavam sobre essa tomada de poder, mas não havia como indicar se era uma grande quantidade de pessoas, quem eram os principais envolvidos e se já estavam em Brasília”, disse o coronel.

Leia também

Jorge Henrique da Silva acrescentou que em 6 de janeiro foi concluído o relatório da Inteligência, mas não havia, ainda, o entendimento do que poderia ocorrer. “Nós sabíamos que no DF havia cerca de 250 a 300 pessoas, e isso não seria suficiente para a tomada de poder. Alcançamos essa informação somente no dia 8”, afirmou.

Leia mais: De sede do Executivoa palácio destruído: como está o Planalto após os ataques


Ao ser questionado, o coronel da PMDF afirmou que não acredita que houve complô por parte da Polícia Militar. “Eu estive à frente da célula de inteligência que atuou nos dias, e um dos órgãos que mais participou foi a Inteligência da PM, era o que mais me reportada, então não acredito em complô”.

De acordo com o ex-coordenador da Inteligência, é necessário saber sobre o planejamento de todos os órgãos envolvidos, como foram empregadas as tropas e como ocorreu a integração entre os órgãos, para identificar os erros cometidos.


Coronel da PMDF Jorge Henrique da Silva Pinto, em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos
Coronel da PMDF Jorge Henrique da Silva Pinto, em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos

“Não sei dizer o que houve. O trabalho foi feito, foi desenvolvido, todos os órgãos foram integrados por meio da célula de inteligência justamente para viabilizar o contato dos seus analistas e profissionais de inteligência com os decisores dos demais órgãos. O que eu posso dizer é que a inteligência atuou, não sei dizer quem falhou, mas a inteligência fez todo o trabalho necessário”, alegou.

Durante os atos extremistas de 8 de janeiro, Jorge Henrique da Silva foi responsável por alertar os grupos de WhatsApp sobre um possível confronto contra as forças policiais.


Encontro com Alexandre de Moraes

Os membros da CPI e o presidente da CLDF, o deputado Wellington Luiz (MDB), se reuniu com o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes na quarta-feira (29). Foram tratados assuntos sobre os eventos de 8 de janeiro e as dificuldades da Polícia Militar para conter os manifestantes.

Após o encontro, o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), destacou que foi discutida a convocação do ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres. Ele está preso por suspeita de omissão nos protestos de 8 de janeiro, mas tem, por decisão de Moraes, o direito de decidir se comparecerá à CPI. A comissão disse ao STF que vai reavaliar a necessidade da presença do ex-secretário futuramente.

Leia também: CPI do DF sobre o 8 de Janeiro desiste de ouvir Anderson Torres

*Estagiária sob supervisão de Fausto Carneiro.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.