‘Não enxergo nexo de causalidade’, diz presidente da CPMI sobre joias de Bolsonaro e atos de 8 de Janeiro
Deputado Arthur Maia defendeu ainda que caso das joias dadas ao ex-presidente seja investigado em eventual CPI própria
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
Mesmo com pedidos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro mirando apurar as supostas vendas ilegais de joias dadas por autoridades internacionais ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente dos trabalhos, deputado Arthur Maia (União-BA), disse não ver relação entre o objeto do colegiado e o esquema das joias, indicando que não vai acolher essa nova vertente de investigação.
“Eu não consigo enxergar nenhum nexo de causalidade nem de relação com o que aconteceu em 8 de janeiro e com o presente que eventualmente, não estou dizendo que isso aconteceu, o presidente teria recebido”, afirmou Maia. O presidente da CPMI completou: “Isso não tem nada a ver com o 8 de Janeiro. Não contem comigo para esse tipo de coisa”.
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Na avaliação de Maia, expandir as apurações da CPMI seria “a maneira mais fácil e demagógica de desmoralizar o trabalho". "É querer apurar tudo para, no fim, não apurar nada."
Um caminho para investigar o suposto esquema, segundo Maia, seria a abertura de um trabalho específico sobre o tema. “Se a CPI for criada com esse propósito, ela vai cuidar dessa questão."
CPI das joias
O avanço das investigações da Polícia Federal (PF) sobre o suposto esquema de venda ilegal de joias tem fortalecido na Câmara dos Deputados o movimento pela abertura de uma CPI para apurar o tema. Até esta segunda-feira (14), 111 parlamentares já tinham assinado o pedido de instalação.
Os deputados federais governistas Túlio Gadêlha (Rede-PE) e Rogério Correia (PT-MG) lideram a coleta de assinaturas. "Fomos procurados inclusive por lideranças depois que saiu a deflagração da PF. Pelo caminhar das coisas, acredito que haverá adesão suficiente para abrir a CPI. Cada dia, um novo escândalo, novos indícios, o que revela a necessidade de investigar pessoas ligadas ao esquema e como ele funcionou", afirmou Gadêlha ao R7. Para instalar uma CPI na Câmara, é necessária a adesão de, pelo menos, 171 deputados, o que significa um terço dos representantes da Casa.