‘Não há motivo de alarme, e sim de alerta’, diz ministra sobre emergência global para Mpox
Nísia Trindade comentou emergência internacional decretada pela OMS após surto de cepa mais letal em países do continente Africano
Brasília|Jéssica Gotlib, do R7, em Brasília
“Não há motivo de alarme, e sim de alerta”, declarou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta quarta-feira (14), sobre os casos de Mpox, também conhecida como varíola do macaco. Ela saía de evento no Palácio do Planalto quando comentou com jornalistas a situação de emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII) decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde). “Não há registro de grande preocupação, mas há medidas a serem tomadas, alertas para viajantes e alertas que devem ser feitos”, disse.
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A ministra também comentou sobre as vacinas para a doença. No ano passado, o Brasil distribuiu pelo menos 47 mil doses a todos os estados e Distrito Federal. “As vacinas, inicialmente, estavam direcionadas para esforço de pesquisa, era essa visão para uma preparação de emergência. Vamos instituir comitê de cooperação de emergência, no momento, já estávamos acompanhando, já tivemos reunião de especialistas há duas semanas. Vamos analisar todas essas questões”, informou.
No início desta semana, a pasta realizou um evento técnico para avaliar a situação da Mpox. Segundo dados apresentados no evento, o país teve 12,2 mil casos da doença desde o início da epidemia, em 2022. Ainda segundo a pasta, 709 casos confirmados ou prováveis foram registrados neste ano. Além disso, o país teve 16 óbitos pela doença ao longo de todo o período, sendo o mais recente deles em abril de 2023.
Ainda nesta quarta, o Ministério da Saúde informou que instalará um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à Mpox. “Desde 2023, o Brasil apresenta estabilidade de casos”, diz a nota. Segundo a pasta, foram aplicadas 29 mil doses da vacina contra a doença no público prioritário que inclui pessoas imunocomprometidas, profissionais que atuam em contato direto com o vírus e aqueles que tiveram contato direto com os fluidos e secreções corporais de casos suspeitos ou confirmados para a doença.
Emergência internacional
A decisão da OMS ocorre um dia após o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) da África declarar emergência de saúde publica, diante de um aumento de 160% do número de novos casos na região em 2024.
Até este mês, foram notificados 14.250 pessoas infectadas pelo vírus causador da Mpox, dos quais 456 evoluíram para óbito. A República Democrática do Congo representou 96,3% dos casos e 97% das mortes.
O aumento de infecções é associado a uma nova variante do vírus que se espalha rapidamente e é mais grave e letal, segundo especialistas.