Nasa oferece apoio para monitorar Amazônia e ressalta parceria com o Brasil para viagem a Marte
Lula se reuniu com o administrador da Nasa, o ex-senador Bill Nelson, para discutir sobre cooperação bilateral na área espacial
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
A Nasa ofereceu ao Brasil a possibilidade de incrementar o monitoramento da região amazônica, com foco em detectar desmatamentos e queimadas a partir de três novos satélites. A proposta foi feita pelo administrador da agência americana, o ex-senador Bill Nelson, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião nesta segunda-feira (24). Durante a conversa, que durou aproximadamente uma hora e meia, as partes debateram sobre cooperação bilateral na área espacial, incluindo a parceria com o Brasil na missão de viagem a Marte.
"Somos parceiros internacionais para retornar à Lua. Depois de 50 anos, vamos voltar à Lua para aprender a viver no espaço e viajar até Marte", disse Nelson a jornalistas no Palácio do Planalto, em referência ao Projeto Artemis. O objetivo deste projeto é retomar o envio de foguetes com tripulação à Lua como canal para preparar viagens a Marte.
O encontro contou, ainda, com a participação da embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley. Ela anunciou que "em breve" os temas serão tratados em uma conversa entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
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Além da cooperação espacial entre os países, um dos pontos específicos debatidos foi o combate às mudanças climáticas, em especial quanto ao monitoramento da Floresta Amazônica.
"Conversamos sobre projetos conjuntos em que podemos ser parceiros. Os nossos satélites já mandam muitas imagens e informações a cientistas no Brasil. Vamos lançar três novos satélites que vão aumentar e muito a habilidade de poder detectar destruição na floresta", afirmou o administrador, aproveitando para agradecer ao presidente os "esforços contínuos para salvar a Floresta Amazônica".
Já Lula ressaltou a colaboração que pode ser realizada pelo MCTI e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) como forma de apoio tecnológico voltado ao combate do desmatamento. "Lula ressaltou a necessidade de reforçar a educação ambiental nas escolas e de proporcionar meios de desenvolvimento aos povos que vivem nas florestas", detalhou o Planalto.
A ministra de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, disse que "há disposição" do governo em receber novos apoios, mas ressaltou que é necessário avaliar a necessidade disso, porque o Brasil já possui tecnologias próprias para garantir o monitoramento em tempo real e com levantamento anual das florestas. "É preciso cruzar informações e ouvir nossos cientistas para verificar", ponderou Santos, citando que a inclusão acarretaria novos custos.
Por parte do Brasil, a ministra destacou o interesse em apresentar a indústria brasileira. "Temos empresas com capacidade de produção para fornecer à Nasa equipamentos para a indústria aeroespacial", frisou. Ela e Nelson viajam nesta terça-feira (27) para São Paulo com o objetivo de visitar o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Embraer.