Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

No Paraguai, Lula participa de reunião que formaliza entrada da Bolívia no Mercosul

País presidido por Luis Arce passou por uma tentativa de golpe de Estado, liderada por militares, e busca apoio regional

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Os presidentes José Mulino (Panamá), Santiago Peña (Paraguai), Lula, Luis Lacalle Pou (Uruguai) e Luis Arce (Bolívia) Ricardo Stuckert/PR - 08.07.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta segunda-feira (8) da reunião do Mercosul, em Assunção (Paraguai). A cúpula entre os países do bloco sul-americanos vai formalizar a entrada da Bolívia no grupo econômico. O ato ocorre após uma tentativa de golpe de Estado no país liderada por militares.

Leia mais

A reunião desta segunda vai contar, também, com a participação dos presidentes Luis Arce (Bolívia), Luis Lacalle Pou (Uruguai) e Santiago Peña (Paraguai). O presidente da Argentina, Javier Milei, não viajou para o encontro.

Recentemente, Arce promulgou a lei que confirma o país andino como membro-pleno do Mercosul. Confirmado o ingresso da Bolívia, o bloco passará a ter 300 milhões de habitantes, uma extensão territorial de 13,8 milhões de km² e um PIB (Produto Interno Bruto) total de US$ 3,5 trilhões. A partir da ratificação, o país ainda terá um prazo de quatro anos para concluir o processo de adesão e adotar as normas do bloco.

“Com a integração da Bolívia, nós estamos efetivamente nos aproximando de realizar o sonho da integração entre Atlântico e Pacífico. Vai ser apresentado aos ministros de Planejamento de todos os países. Vamos ter uma boa quantia de dinheiro para poder cumprir esse sonho da nossa integração física”, afirmou Lula sobre o tema.


Desde que foi criado, o Mercosul fechou três acordos com países de fora da região sul-americana: Israel (2007), Egito (2010) e Palestina (2011). De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o bloco também firmou acordos de preferência com a Índia e países do sul da África que formam a União Aduaneira da África Austral — África do Sul, Lesoto, Namíbia, Suazilândia e Botsuana.

Tentativa de golpe

A Bolívia passou por uma tentativa de golpe de Estado no fim de junho. A medida teria sido liderada pelo ex-comandante do Exército, general Juan José Zúñiga, que foi preso horas depois de tropas acompanhadas de veículos blindados invadirem o Palácio Presidencial, na capital La Paz.


Os Estados Partes do Mercosul e Associados divulgaram uma nota condenando as mobilizações de algumas unidades do exército boliviano em uma possível tentativa de golpe de Estado. Para a organização internacional, o ato “descumpre os princípios da vida democrática”.

Lula e o governo brasileiro se manifestaram contra o golpe e em defesa da democracia na América do Sul. O presidente brasileiro quer assumir o papel de mediação para atenuar a briga entre Arce e seu antigo padrinho político, o ex-presidente Evo Morales. Ambos buscam a preferência do Movimento ao Socialismo para disputar a candidatura à Presidência em 2025 e rivalizam pelo controle do partido.


Ausência de Milei

Na cúpula do bloco econômico, a ausência será de Javier Milei, apesar de a Argentina integrar o Mercosul. O líder argentino, inclusive, participou de um evento da ultradireita, realizado no final de semana, em Santa Catarina. Lula e Milei são desafetos políticos.

Recentemente, o presidente argentino voltou a criticar o petista e chamá-lo de “comunista” e “perfeito dinossauro idiota”. No lugar de fazer sua estreia no Mercosul, Milei vai cumprir agendas internas na Argentina e enviar sua chanceler Diana Mondino. Segundo a Casa Rosada, ele tinha uma viagem planejada a Tucumán e o governo não deseja que ele passe por uma “agenda sobrecarregada”.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.