Nova vacina contra a raiva: Butantan aposta em tecnologia de RNA inédita no Brasil
Vacina tem resultados iniciais promissores; caso seja aprovada, Instituto terá direito de comercialização no Brasil e na América Latina
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O Instituto Butantan fechou um acordo tecnológico com a Replicate Bioscience, empresa de biotecnologia com sede em San Diego (EUA), para desenvolver e futuramente comercializar uma nova vacina contra a raiva baseada em RNA mensageiro autorreplicante. A tecnologia é mais recente e diferente das vacinas de mRNA já conhecidas.
O que é essa tecnologia e por que ela importa
A Replicate domina uma plataforma chamada srRNA (self-replicating RNA), um tipo especial de mRNA capaz de se replicar dentro das células, amplificando a produção do antígeno e, com isso, gerando uma resposta imune mais forte.
Na prática, isso significa:
- Menores doses para atingir a proteção necessária;
- Maior duração da resposta imune;
- Possível redução de efeitos colaterais, porque não é preciso administrar grandes quantidades de RNA.
- É uma tecnologia considerada de fronteira, já testada em humanos, com resultados iniciais promissores e um bom perfil de segurança — o que abre caminho para avançar para etapas maiores de estudo.
O que prevê o acordo
O Butantan vai conduzir os ensaios clínicos de registro da nova vacina de srRNA contra a raiva no Brasil. Caso ela seja aprovada, o Instituto terá direito de comercialização no Brasil e em toda a América Latina.
A Replicate ficará responsável pelos mercados fora da região. A empresa também transferirá toda a tecnologia de fabricação para a unidade de vacinas de mRNA do Butantan, fortalecendo a capacidade nacional de produção.
Os dados gerados durante todo o desenvolvimento serão compartilhados entre as duas instituições.
Segundo o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, a parceria “pode trazer grandes benefícios para a saúde pública” e reforça o papel estratégico da instituição como polo de inovação.

Resultados iniciais animadores
O imunizante em desenvolvimento, chamado RBI-4000, já passou por um estudo clínico de fase 1 conduzido pela Replicate. Nessa etapa inicial, que avalia segurança e resposta imunológica, o candidato apresentou:
- Ótima imunogenicidade (capacidade de gerar anticorpos);
- Bioatividade duradoura mesmo em baixas doses;
- Reatogenicidade leve a moderada, menor do que a observada em outras vacinas de mRNA.
Esses dados justificam a continuidade dos estudos clínicos em larga escala.
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