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Nove comandantes da PM estavam de férias durante invasão em Brasília

Ao divulgar relatório, Ricardo Cappelli disse não acreditar em coincidências e afirmou que houve falha e omissão na gestão

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

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Ricardo Cappelli, interventor federal no DF, explica esquema de segurança
Ricardo Cappelli, interventor federal no DF, explica esquema de segurança Bruna Lima/R7

Nove comandantes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) estavam de férias ou de licença em meio às ameaças de invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília. A informação consta no relatório final apresentado pelo interventor federal na Segurança do DF, Ricardo Cappelli, nesta sexta-feira (27).

Parafraseando o ex-ministro Celso Amorim, o interventor disse não acreditar em coincidência. “Hoje, só acredito em teoria da conspiração”, disse Cappelli, ao comentar o momento em que a massa de comandantes estava afastada.


Além dos comandantes, o próprio então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, não estava no Brasil no dia do ataque. Cappelli voltou a ressaltar que Torres se ausentou mesmo fora do período oficial de férias. Uma publicação no Diário Oficial da União dava férias ao ex-secretário a partir de 9 de janeiro.

A constatação no relatório é de que houve falha na gestão. Além das férias, Cappelli citou o relatório da inteligência das Forças de Segurança do DF, que alertavam sobre a potencial invasão. O documento foi despachado no gabinete de Torres mas, segundo o interventor, não foi dado o devido seguimento para planejar uma operação à altura.


“Não faltou informação”, sustentou Cappelli. Por parte do comando da PMDF, o interventor informou que não houve plano operacional nem “sequer ordem de serviço”. “Houve um memorando que não acionou os batalhões importantes”, disse, e citou o Bope e BPCães como exemplo de grupos não contatados.

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Ponto estratégico

Durante a apresentação do relatório, o interventor afirmou que o acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, serviu como ponto estratégico para organizar as invasões das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro.


“A centralidade fica clara e evidente porque todos os atos de vandalismo tiveram organização, planejamento e ponto de apoio no acampamento”, destacou Cappelli, ao se referir à organização como um “centro de construção de planos contra a democracia brasileira”.

Durante os quase dois meses de funcionamento, foram registradas 73 ocorrências policiais, incluindo furtos e roubos. A partir desse dado, o interventor afirmou que o local abrigava criminosos. “Todos os eventos passam de uma forma ou outra pelo acampamento criminoso que perturbou a ordem pública do Distrito Federal por quase dois meses”, afirmou.

O relatório com o levantamento dos 19 dias de intervenção será entregue ao Ministério da Justiça, ao Supremo Tribunal Federal e ao Ministério Público da União.

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