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OEA classifica saída do Brasil de grupo para a memória do Holocausto como ‘equívoco’

Comissário Fernando Lottenberg afirma que saída do Brasil de aliança ocorre em momento inoportuno

Brasília|Do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • A OEA criticou a saída do Brasil da IHRA, considerando-a um equívoco diplomático.
  • O Brasil estava na IHRA como observador desde 2021 e sua saída é vista como desalinhada com os objetivos da aliança.
  • Lottenberg destacou a importância da IHRA no combate ao antissemitismo, com adoção em mais de 45 países.
  • O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão de desligamento.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Fernando Lottenberg definiu trabalho da IHR como de 'extrema relevância' Juan Manuel Herrera/OAS - 06.05.2025

Fernando Lottenberg, comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para o Monitoramento e Combate ao Antissemitismo, classificou a decisão do governo brasileiro de se desligar da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto) como “um equívoco em meio à tensão diplomática com Israel”.

O Brasil estava no grupo como observador desde 2021. Lottenberg ressaltou a importância da IHRA no enfrentamento ao antissemitismo contemporâneo.


“A definição de antissemitismo da IHRA representa um importante instrumento que, apesar de não ter valor jurídico vinculante, é adotado por mais de 45 países e 2.000 instituições em todo o mundo para informar, identificar e combater o antissemitismo”, declarou.

Críticas a Israel

Embora reconheça o direito do governo brasileiro de expressar críticas à atuação israelense na Faixa de Gaza, Lottenberg vê a saída da organização como um movimento desalinhado com os objetivos da IHRA.


“É legítimo o governo brasileiro criticar atitudes do governo israelense na Faixa de Gaza, assim como pode haver discordâncias diplomáticas. Entretanto, esses fatos nada têm a ver com o trabalho de extrema relevância da IHRA.”

A instituição, criada em 1998, se descreve como “única organização intergovernamental com um mandato focado em abordar os desafios contemporâneos relacionados ao Holocausto e ao genocídio dos ciganos. Promovemos a educação, a memória e a pesquisa sobre o que aconteceu no passado, para construir um mundo sem genocídio no futuro”.


A aliança conta com mais de 30 países-membros, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França e Itália.

‘Simbolismo’ da participação brasileira

Lottenberg destacou ainda o simbolismo da participação brasileira.


“O Brasil tem a segunda maior comunidade judaica da América Latina e estar integrado à IHRA é uma forma de mostrar comprometimento com a cultura de paz e com a promoção da educação, por meio da pesquisa e lembrança do Holocausto em todo o mundo, motivos que fundamentam a criação da organização intergovernamental desde 1998.”

A informação sobre a retirada brasileira foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel na quinta-feira (24).

Segundo a chancelaria israelense, a decisão ocorreu paralelamente à crítica feita por autoridades do país ao apoio do Brasil à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça, na qual se acusa Israel de cometer genocídio em Gaza.

Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre o desligamento.

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