OEA classifica saída do Brasil de grupo para a memória do Holocausto como ‘equívoco’
Comissário Fernando Lottenberg afirma que saída do Brasil de aliança ocorre em momento inoportuno
Brasília|Do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
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Fernando Lottenberg, comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para o Monitoramento e Combate ao Antissemitismo, classificou a decisão do governo brasileiro de se desligar da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto) como “um equívoco em meio à tensão diplomática com Israel”.
O Brasil estava no grupo como observador desde 2021. Lottenberg ressaltou a importância da IHRA no enfrentamento ao antissemitismo contemporâneo.
“A definição de antissemitismo da IHRA representa um importante instrumento que, apesar de não ter valor jurídico vinculante, é adotado por mais de 45 países e 2.000 instituições em todo o mundo para informar, identificar e combater o antissemitismo”, declarou.
Críticas a Israel
Embora reconheça o direito do governo brasileiro de expressar críticas à atuação israelense na Faixa de Gaza, Lottenberg vê a saída da organização como um movimento desalinhado com os objetivos da IHRA.
“É legítimo o governo brasileiro criticar atitudes do governo israelense na Faixa de Gaza, assim como pode haver discordâncias diplomáticas. Entretanto, esses fatos nada têm a ver com o trabalho de extrema relevância da IHRA.”
A instituição, criada em 1998, se descreve como “única organização intergovernamental com um mandato focado em abordar os desafios contemporâneos relacionados ao Holocausto e ao genocídio dos ciganos. Promovemos a educação, a memória e a pesquisa sobre o que aconteceu no passado, para construir um mundo sem genocídio no futuro”.
A aliança conta com mais de 30 países-membros, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França e Itália.
O sol nasce. Às margens da Faixa de Gaza, centenas de homens armados, membros do grupo terrorista Hamas, aproximam-se da fronteira com Israel. Em poucos minutos, começaria um pesadelo para todo um país e um povo
O sol nasce. Às margens da Faixa de Gaza, centenas de homens armados, membros do grupo terrorista Hamas, aproximam-se da fronteira com Israel. Em poucos minutos, começaria um pesadelo para todo um país e um povo
‘Simbolismo’ da participação brasileira
Lottenberg destacou ainda o simbolismo da participação brasileira.
“O Brasil tem a segunda maior comunidade judaica da América Latina e estar integrado à IHRA é uma forma de mostrar comprometimento com a cultura de paz e com a promoção da educação, por meio da pesquisa e lembrança do Holocausto em todo o mundo, motivos que fundamentam a criação da organização intergovernamental desde 1998.”
A informação sobre a retirada brasileira foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel na quinta-feira (24).
Segundo a chancelaria israelense, a decisão ocorreu paralelamente à crítica feita por autoridades do país ao apoio do Brasil à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça, na qual se acusa Israel de cometer genocídio em Gaza.
Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre o desligamento.
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