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Oposição diz que decisão de Moraes ligada ao IOF abre ‘precedente perigoso e indesejável’

Deputados questionam atuação do STF como mediador e defendem que decisão do Congresso continue a valer

Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília

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Moraes mantém prisão de militares réus por tentativa de golpe de Estado Rosinei Coutinho/SCO/STF - Arquivo

A oposição ao governo na Câmara considera que a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes em propor uma conciliação entre Congresso Nacional e Palácio do Planalto sobre o impasse do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) abre um “precedente perigoso e indesejável”.

O posicionamento foi divulgado nesta sexta-feira (4), pouco após Moraes suspender tanto a decisão do Congresso pela derrubada do decreto quanto os próprios aumentos do IOF feitos pelo governo. O ministro também marcou uma audiência de conciliação entre Poderes para 15 de julho.


Os efeitos práticos da decisão, que deixam o IOF sem mudanças, foram elogiados pelo líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), mas o pedido para negociação se tornou alvo de críticas. A avaliação do parlamentar é que a busca por moderação interfere nas decisões políticas.

“Abre um precedente perigoso e indesejável: transforma o Judiciário em um poder moderador de disputas políticas, interferindo num campo que é, por definição, prerrogativa do Congresso Nacional. A discussão sobre aumento de impostos, política fiscal e equilíbrio das contas públicas é um debate eminentemente político, que deve ser feito no voto, no Parlamento, com transparência e respeito à soberania popular.”


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O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), também considera que a rodada de conciliação vai além das competências da corte.

“É lamentável que a política nacional, tanto do Executivo quanto do Legislativo, fique nas mãos do Supremo Tribunal Federal, que não tem essas prerrogativas. Espero que, apesar da derrota do governo, nós possamos encontrar o caminho da boa política para resolver os problemas nacionais”, declarou.


Em outra frente, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), elogiou a condução do Supremo e disse que a decisão está segue posicionamento da maioria dos deputados.

“A decisão do ministro Alexandre de Moraes evita o aumento do IOF, em sintonia com o desejo da maioria do plenário da Câmara dos Deputados e da sociedade”, pontuou.


Parlamentares ligados ao centro, como o senador Eduardo Braga (MDB-AM), elogiaram a condução de Moraes, com avaliação de que a ação demonstra equilíbrio e firmeza.

“Em um cenário de tensões, ele busca o caminho do entendimento, abrindo o diálogo e a oportunidade para o governo resolver a questão fiscal, e encontrar uma solução para o problema”, destacou.

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