Órgãos de imprensa repudiam agressões a jornalistas na Câmara dos Deputados
Entidades classificam ação da Polícia Legislativa como ataque à liberdade de imprensa e cobram apuração dos fatos
Brasília|Mariana Saraiva, do R7, em Brasília

Órgãos representantes da imprensa repudiaram, nesta terça-feira (9), as agressões sofridas por profissionais durante uma ação da Polícia Legislativa na Câmara dos Deputados. As vítimas são, em sua maioria, produtoras e repórteres da Record que acompanhavam uma confusão envolvendo o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
Segundo relatos, jornalistas foram impedidos de acessar o plenário e acabaram hostilizados e agredidos enquanto trabalhavam. A repórter Débora Hana Cardoso, da Record, afirmou ter levado um murro no estômago e uma cotovelada desferidos por agentes da Polícia Legislativa. Outras profissionais relataram empurrões e puxões de cabelo ao tentarem registrar a ocorrência.
Em nota, a Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) classificou a violência como uma “grave afronta à liberdade de imprensa e ao direito à informação”, afirmando que condutas como essa ferem princípios democráticos e são inaceitáveis. A entidade manifestou solidariedade às profissionais agredidas e cobrou respeito à integridade física dos jornalistas.
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Além das agressões, comunicadores relataram em um grupo interno que teriam sido alvo de censura durante a cobertura, com restrições ao trabalho de registro e transmissão.
Nas redes sociais, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou ter determinado a apuração de possíveis excessos cometidos contra a imprensa e prometeu investigar as circunstâncias do ocorrido.
A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e o SJPDF (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal) também divulgaram nota de repúdio. As entidades criticaram a violência contra profissionais da imprensa e o desligamento do sinal da TV Câmara, que transmitia ao vivo os acontecimentos no plenário no momento da confusão.
Para a Fenaj e o SJPDF, o episódio representa um grave cerceamento ao trabalho jornalístico e ao direito de informação da população. As entidades exigem explicações do presidente da Câmara e responsabilização dos agentes envolvidos. Também se solidarizaram com jornalistas e parlamentares que relataram ter sido agredidos pela Polícia Legislativa.
“Não podemos admitir que medidas autoritárias, que remetem a períodos sombrios da ditadura militar, sejam naturalizadas e se repitam em nosso Congresso Nacional, que deveria ser a casa do povo e não de quem ataca os direitos da população”, diz a nota. As entidades ressaltaram que não aceitarão o retorno de ataques sistemáticos contra profissionais de imprensa que cobrem os Poderes em Brasília.
A ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), ANER a (Associação Nacional de Editores de Revistas) e a ANJ (Associação Nacional de Jornais) também publicaram um posicionamento condenando com veemência o cerceamento ao trabalho dos jornalistas que acompanhavam a sessão plenária da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira.
“O impedimento do trabalho de jornalistas e o corte de sinal da TV Câmara são incompatíveis com o exercício da liberdade de imprensa. A ANJ, ABERT e ANER esperam a apuração de responsabilidades para que tais práticas de intimidação não se repitam e que sejam preservados os princípios da Constituição Brasileira, que veda explicitamente a censura.”
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