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Pacheco adia votação sobre flexibilização de armas a pedido do governo

Projeto já aprovado na CCJ do Senado autoriza novamente a instalação de clubes de tiro próximos a escolas

Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília


Por solicitação do governo, Pacheco adia votação de projeto que revoga trechos do decreto de armas de Lula
Pacheco adia votação de projeto Edilson Rodrigues/Agência Senado - 15/08/2024

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu adiar nesta quinta-feira (15) a votação de uma proposta que anula partes de um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e flexibiliza as restrições ao acesso a armas. O projeto, que foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado na quarta-feira (14), permite, entre outras coisas, a instalação de clubes de tiro a menos de um quilômetro de escolas públicas ou privadas.

A decisão de adiar a votação veio após um pedido do governo, representado pelo líder na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA).

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Durante o início da sessão, Wagner ressaltou que o projeto havia sido incluído na pauta de última hora e sugeriu que a votação fosse adiada para uma próxima sessão, dado o caráter polêmico do tema na sociedade. Ele destacou, em particular, a preocupação com o item do decreto que trata da distância mínima entre clubes de tiro e escolas, considerando-o permissivo demais.

O senador Beto Faro (PT-PA), líder do PT, solicitou que a votação ocorresse na primeira semana de setembro, quando o Senado retoma as sessões presenciais. Pacheco atendeu ao pedido dos líderes e adiou a votação.


O projeto, que susta seis regras do decreto de Lula, foi aprovado rapidamente na CCJ na quarta-feira (14). O relator do texto na comissão, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), havia solicitado que a matéria fosse imediatamente levada ao plenário para votação.

As regras em questão, estabelecidas por Lula em julho de 2023, visam ampliar o controle sobre armamentos no país. A proposta que revoga essas medidas só será efetivamente aprovada se passar sem modificações pelo plenário do Senado. Se isso acontecer, o texto, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, será promulgado diretamente pelo Congresso, sem a necessidade de sanção presidencial.

Na Câmara, o projeto foi aprovado em regime de urgência, permitindo uma votação direta no plenário, sem a necessidade de análise prévia em comissões, o que limitou o debate sobre o tema. A votação foi simbólica, sem registro eletrônico de votos, com apenas os parlamentares do PSOL manifestando oposição ao texto.

Entenda as mudanças propostas:

  • Armas de grosso calibre: O projeto derruba a proibição de colecionar armas de fogo automáticas de qualquer calibre ou longas semiautomáticas de calibre de uso restrito.
  • Armas de uso restrito às Forças Armadas: A proibição não se aplica a armas do mesmo tipo, marca, modelo e calibre usadas pelas Forças Armadas.
  • Armas de pressão por gás comprimido: O projeto invalida a restrição à aquisição de armas de pressão por gás comprimido ou por ação de molas.
  • Renovação de certificados de armas: São removidas exigências para renovação dos certificados das armas e comprovação de efetiva necessidade para aquisição de um armamento.
  • Distância de escolas: O projeto acaba com a restrição de funcionamento de clubes de tiro a menos de 1 km de estabelecimentos de ensino, públicos ou privados.
  • Propaganda de armas e clubes de tiro: Deixa de haver a imposição de multa por publicidade sobre armas de fogo, tiro esportivo e caça.
  • Armas de colecionador: A competência para definir e classificar armas de coleção passa do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para o Comando do Exército, o que pode ampliar o número de armamentos legalizados como colecionáveis.

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