Rodrigo Pacheco e senadores repudiam assassinato de candidato a presidente no Equador
Presidente do Senado classificou o fato de tragédia e afirmou que a política 'não pode se confundir com guerra'
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e outros parlamentares repudiaram nesta quinta-feira (10) o assassinato do candidato à Presidência do Equador, Fernando Villavicencio. Ele foi morto nesta quarta-feira (9) com três tiros na cabeça depois de sair de um comício em uma escola em Quito, capital equatoriana.
"O combate de ideias não pode e não deve jamais extrapolar o campo político, o campo das ideias. A política não pode se confundir com guerra", disse Pacheco. "Nós, membros do Congresso Nacional, o povo brasileiro, solidarizamo-nos com nossos irmãos equatorianos neste momento trágico e sensível", afirmou durante a sessão que recebe o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o assassinato foi "covarde" e relembrou o atentado que o ex-presidente Jair Bolsonaro sofreu em 2018, em Juiz de Fora (MG). "Foi um assassinato covarde, a tiros, de uma pessoa que denunciava as grandes arbitrariedades acontecidas naquele governo da América do Sul, que é um governo de esquerda. Nós só temos visto atentados às vidas de pessoas que estão do lado conservador", afirmou o senador.
O senador Sergio Moro (União-PR) declarou que assassinatos como esse "revelam a tragédia da América Latina" e ressaltou que Villavicencio tinha um discurso de combate à corrupção.
"Foi um parlamentar que se insurgiu contra a tentativa inapropriada de impeachment do presidente Guillermo Lasso e se manifestava de maneira veemente contra o narcotráfico, que é uma grande chaga, infelizmente, na América Latina, não só no Equador, mas em outros países como Colômbia, Bolívia, mas igualmente aqui, crescente também no Brasil", disse.
O senador também afirmou que convidou Maria Corina Machado, que é candidata da oposição à presidência na Venezuela, para uma audiência pública na Comissão de Segurança do Senado. A audiência deve acontecer no iníco de setembro.
O senador Luís Carlos Heinze (PP-RS) também lamentou o assassinato. "Nós temos conversado bastante com relação ao julgamento que o STF faz hoje sobre a questão das drogas. E tudo tem a ver com essa questão desse assassinato no Equador", comentou.
Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota em que classifica o ato de “deplorável” e afirma ter tomado conhecimento do fato com “profunda consternação”.
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, do assassinato na tarde de hoje, 9 de agosto, em Quito, de Fernando Villavicencio, candidato às eleições presidenciais no Equador. Ao manifestar a confiança de que os responsáveis por esse deplorável ato serão identificados e levados à Justiça, o governo brasileiro transmite suas sentidas condolências à família do candidato presidencial e ao governo e povo equatorianos”, informou a nota.
Fernando Villavicencio Valencia, de 59 anos, candidato à Presidência do Equador pelo partido de esquerda Movimento Construye, foi morto a tiros por pistoleiros após realizar um comício em Quito.
Segundo familiares de Villavicencio, que era jornalista investigativo, ele ficou estendido no chão após ser baleado e foi imediatamente transferido para a Clínica de la Mujer, onde médicos confirmaram sua morte. O ataque ocorreu por volta das 18h20 no horário local — 20h20 em Brasília.
Um homem suspeito de assassinar Villavicencio foi morto após troca de tiros com agentes de segurança. A Procuradoria-Geral informou que seis pessoas foram presas por suspeita de participação no crime.
O Ministério Público do país informou em redes sociais que o suspeito, "ferido durante uma troca de tiros com agentes de segurança, foi detido e levado em estado grave para a Unidade de Flagrantes em Quito". "Uma ambulância do Corpo de Bombeiros confirmou a morte. A polícia procedeu à remoção do corpo", acrescentou.