PF faz operação contra suspeito de ser um dos maiores invasores de terras da floresta amazônica
Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 116 milhões de grupo investigado e o confisco de 16 fazendas e 10 mil cabeças de gado
Brasília|Do R7, em Brasília
A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira (3) uma operação contra um homem suspeito de ser um dos maiores invasores e devastadores de terras da União para a criação de gado na floresta amazônica. Os agentes cumprem três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, nos municípios de Novo Progresso (PA) e Sinop (MT).
Até o momento, a corporação verificou que o grupo criminoso do qual o suspeito faz parte teria se apossado de mais de 21 mil hectares de terras da União. Além disso, já foi constatado o desmatamento de mais de 6.500 hectares de floresta, o equivalente a quase quatro ilhas de Fernando de Noronha (PE), com indícios de um único autor ser o responsável pela destruição ambiental.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 116 milhões e o sequestro de veículos, de 16 fazendas e imóveis e de 10 mil cabeças de gado.
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O suspeito de liderar o grupo já recebeu 11 autuações e seis embargos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por irregularidades, e perícias da PF indicam a existência de danos ambientais ocasionados por suas atividades também na Terra Indígena Baú.
Segundo a PF, o grupo é investigado por fraudar o registro no Cadastro Ambiental Rural de áreas próximas em nome de terceiros, principalmente de parentes. Em seguida, os criminosos desmatariam tais áreas e as destinariam à criação de gado.
Assim, de acordo com as investigações, os verdadeiros responsáveis pela exploração das atividades se sentiriam protegidos contra eventuais processos criminais ou administrativos, que seriam direcionados aos "laranjas", sem patrimônio.
As investigações tiveram início após a PF ter identificado, em Santarém (PA), o desmatamento de quase 6.000 hectares na região do município de Novo Progresso.
Os danos ambientais são agravados pela ocupação de áreas circundantes a terras indígenas e unidades de conservação. As investigações continuam em andamento.