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PGR diz que anistiar crimes contra a democracia é incompatível com a Constituição

Segundo Gonet, contudo, articulações políticas em favor da proposta não configuram crime

Brasília|Do Estadão Conteúdo

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A PGR afirmou que anistiar crimes contra a democracia é inconstitucional.
  • Articulações políticas pela proposta de anistia não configuram crime, segundo Paulo Gonet.
  • A declaração ocorreu em resposta a um pedido de arquivamento contra o governador Tarcísio de Freitas.
  • O ministro Alexandre de Moraes acompanhou o entendimento da PGR e arquivou o processo contra Tarcísio.

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Paulo Gonet
Gonet destacou que anistia de crimes contra a democracia 'não encontra respaldo constitucional' Antonio Augusto/MPF - 7.10.2025

A PGR (Procuradoria-Geral da República), por meio do procurador-geral Paulo Gonet, defendeu que a anistia a condenados por crimes contra a democracia, como no caso dos acusados por atos que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, seria inconstitucional.

Gonet destacou que a anistia “não encontra respaldo constitucional”, mas afirmou que as articulações políticas em favor da proposta não configuram crime. “Não constituem ilícito penal e estão dentro dos limites da liberdade de expressão”.


“Não obstante a matéria referida não encontre respaldo constitucional [art. 5º, incisos XLIII e XLIV, da Constituição], a noticiada articulação política não constitui ilícito penal, tampouco extrapola os limites da liberdade de expressão, que é consagrada e balizada pelo binômio liberdade e responsabilidade”, afirmou Gonet durante uma manifestação enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal).

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A declaração foi apresentada no contexto do pedido de arquivamento de uma ação contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), protocolada pelo deputado federal Rui Falcão (PT-SP).


A representação foi motivada por uma fala de Tarcísio contra o ministro Alexandre de Moraes e em razão da articulação do governador pelo PL da Anistia.

Na Avenida Paulista, no dia 7 de setembro, o governador declarou: “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como o [Alexandre de] Moraes”. Para Falcão, a frase representaria uma tentativa de obstrução de Justiça e um “ato antidemocrático”.


Na manifestação, Gonet ainda citou dois dispositivos constitucionais que fundamentam a vedação à anistia. O primeiro (art. 5º, XLIII) afirma que “a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos”.

O segundo (art. 5º, XLIV) define como “crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”.


Em consonância com o parecer da PGR, o ministro Moraes seguiu o entendimento de Paulo Gonet e determinou o arquivamento do processo contra Tarcísio.

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