Plano para matar Lula, Alckmin e Moraes é ‘crime grave’ e não deve ficar impune, diz Rui Costa
PF prendeu cinco pessoas suspeitas de planejar um golpe de Estado para impedir a posse de Lula e ‘restringir livre exercício do Judiciário’
Brasília|Do R7, em Brasília
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou na manhã desta quinta-feira (21) que o suposto plano elaborado por militares para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Mores após o resultado das eleições presidenciais de 2022 é um “crime grave” que não pode ficar impune.
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“Organizar tentativa de golpe, organizar o assassinato de ministro da Suprema Corte de um país, organizar o assassinato de presidente e vice-presidente eleitos de um país, isso é um crime grave. Portanto, não pode haver, na minha opinião, impunidade na prática de crimes”, afirmou Costa durante uma entrevista.
Nessa terça-feira (19), a Polícia Federal prendeu cinco pessoas na Operação Contragolpe, por planejarem um golpe de Estado para impedir a posse de Lula e “restringir o livre exercício do Poder Judiciário”.
A operação revelou um plano detalhado denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que tinha como objetivo a execução do então presidente eleito Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin, com data prevista para 15 de dezembro de 2022. O plano também mencionava a morte do ministro Alexandre de Moraes, que vinha sendo monitorado constantemente, caso a ação golpista fosse bem-sucedida.
“Acho que a sociedade brasileira não se divide nesse caso e vai ficando claro qual é o perfil das pessoas que governaram esse país durante quatro anos, infelizmente. Acho que a sociedade brasileira vai conhecendo, nos detalhes, quem estava aqui nessas salas do Palácio do Planalto durante quatro anos.”, disse Costa.
Segundo o ministro, a Justiça deve ser “rigorosa” na apuração e no julgamento dos envolvidos. “Para desestimular completamente qualquer tentativa futura de repetir esse tipo de crime”, completou.
O documento encontrado pela PF na casa do general Mário Fernandes apontava as ações necessárias e já em andamento para identificar a segurança pessoal de Moraes, como equipamentos de segurança, armamentos, veículos blindados, os itinerários e horários do ministro. Eles também estudavam rotas de deslocamento entre os locais de frequente estadia de Moraes.
Os militares presos pela PF planejavam matar os alvos com bomba ou envenenamento. O plano citava a “vulnerabilidade de saúde” do presidente e a ida frequente a hospitais e avaliavam a possibilidade “de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”.
Depois, para o plano prosseguir, eles teriam que matar o vice-presidente. O plano também contava com “baixas aceitáveis” dos militares participantes da ação.
O objetivo seria inviabilizar a chapa de Lula que concorria às eleições em 2022. Segundo o documento, a “neutralização extinguiria a chapa vencedora”. Para a PF, o planejamento tinha “características terroristas”, “no qual constam descritos todos os dados necessários para a execução de uma operação de alto risco”.