Plano para reestruturar os Correios inclui empréstimo de R$ 20 bi; veja como funcionará
Estratégia inclui demissões voluntárias e renegociação de contratos; estatal ainda negocia empréstimo com garantia da União
Brasília|Do R7, em Brasília
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Os Correios anunciaram nesta quarta-feira (15) um plano de reestruturação da estatal para tentar reverter a crise financeira que atinge a estatal.
Somente entre abril e junho deste ano, a empresa registrou prejuízo de R$ 2,6 bilhões, resultado que se soma às perdas acumuladas nos últimos três exercícios.
Segundo o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, o programa terá foco a curto prazo no corte de despesas, na diversificação de receitas e na recuperação da saúde financeira da estatal. Os valores de redução de despesas ainda estão sendo calculados.
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Rondon informou ainda que a estatal negocia um empréstimo de R$ 20 bilhões, com garantia da União, para reforçar o caixa e viabilizar as ações previstas no programa de reestruturação.
O programa de restruturação inclui quatro questões. De acordo com Rondon, o ponto central baseia-se em um programa de demissão voluntária.
“Esse programa tá sendo tradado com muito cuidado, para a gente enxergar no país onde a gente tem uma ineficiência e ociosidade”, afirmou Rondon.
Outros eixos
O segundo eixo do plano prevê a renegociação de contratos com fornecedores, com prioridade para os de maior valor.
“A ideia é fazer a normalização da operação com cuidado, para que a gente tenha um retorno da qualidade da operação, mas negociando contrato a contrato com bastante responsabilidade, para que a gente adote uma estrutura de custo mais enxuta possível”, afirmou o presidente.
Já a terceira questão trata da diversificação de receitas, com a retomada de parcerias com grandes clientes e o desinvestimento de imóveis ociosos.
Por fim, Rondon informou que ainda há um estudo das novas frentes de negócios que servirá como referência para ampliar o portifólio de produtos e a gama de receitas.
Prejuízos em séries
Desde 2022, os Correios vêm apresentando prejuízos, e o resultado negativo vem piorando semestre a semestre.
Naquele ano a empresa fechou no vermelho em R$ 767 milhões, com pequena melhora para um prejuízo de R$ 596 milhões, em 2023. Em 2024, contudo, o rombo chegou a R$ 2,59 bilhões.
No início de setembro, a empresa anunciou um prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025 — um aumento de 222% em relação ao prejuízo de R$ 1,35 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior.
No segundo trimestre, o prejuízo chegou a R$ 2,64 bilhões — um aumento de quase cinco vezes em relação ao rombo de R$ 553 milhões do mesmo período de 2024.
“O que aconteceu de fato aqui, é que a nossa empresa não se adaptou de uma forma ágil a uma nova realidade e essa falta de adaptação fez com que a gente sofresse no resultado, com falta de caixa”, explicou Rondon.
Ele diz que os Correios precisam de recuperar a liquidez, a recuperação da saúde do caixa.
“E essa saúde está passando por uma negociação com bancos para que a gente faça uma captação de recursos e recupere a nossa capacidade para o biênio 2025 e 2026″, completou Rondon.
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