Polícia Civil do DF prende três pessoas por suspeita de venda ilegal de Zolpidem
Investigadores conseguiram interceptar entrega de 450 comprimidos; remédio só pode ser vendido com receita azul
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
A PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) prendeu nesta terça-feira (15) um farmacêutico, um balconista e o dono do estabelecimento por suspeita de venda de medicamentos controlados sem receita médica. Segundo os investigadores, a prisão em flagrante ocorreu após a apreensão de 450 comprimidos de Zolpidem, que seriam entregues em uma casa no Lago Norte (DF). O medicamento é utilizado para o tratamento de insônia, e o uso descontrolado levou a alterações nas regras de prescrição e venda nas farmácias.
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As investigações começaram após uma mãe denunciar o esquema de venda, que resultou na internação da filha por vício. Os familiares contataram as autoridades após encontrarem, no quarto da paciente, 180 caixas de Zolpidem. “Com as informações, os policiais passaram a monitorar a farmácia do Cruzeiro responsável pela venda da droga sem receita, interceptando uma das entregas”, afirmou a PCDF.
Os policiais também encontraram outros medicamentos controlados expostos para venda. “Após a operação, recebemos informações sobre diversas outras farmácias que estariam fazendo o mesmo. Iremos mapeá-las e prender todos que busquem lucro incentivando o vício alheio. A venda de medicação controlada sem a retenção de receita obrigatória é equiparada ao tráfico de drogas, configurando uma conduta gravíssima”, afirmou o delegado responsável pela operação, Erick Sallum.
Zolpidem
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) endureceu as regras para a venda de Zolpidem, um medicamento para dormir. O órgão regulador estabeleceu que, a partir de 1º de agosto, qualquer dosagem desse remédio exigirá receita tipo B (azul), a mesma necessária para calmantes, como clonazepam e alprazolam.
“A medida foi adotada em decorrência do aumento de relatos de uso irregular e abusivo relacionados ao Zolpidem. A análise conduzida pela Anvisa demonstrou um crescimento no consumo dessa substância e a constatação do aumento nas ocorrências de eventos adversos relacionados ao seu uso”, diz a agência em nota. Os efeitos colaterais do Zolpidem incluem sonambulismo e alucinações, podendo ser potencialmente perigosos, pois colocam os usuários em situações de risco.
O Zolpidem é um remédio da classe dos hipnóticos e tem a venda autorizada no Brasil desde 2007, mas começou a se popularizar a partir de 2011, ano em que 1,7 milhão de caixas haviam sido vendidas. No ano seguinte, houve uma alta de 41,7%, chegando a 2,4 milhões.