Polícia do DF prende grupo que furtava combustível para vender ilegalmente por preço menor
Grupo usava crianças para impedir filmagem de crime e deixava de repassar produto a postos; gasolina era vendida a R$ 4,50 o litro
Brasília|Lucas Nanini, do R7, e Elijonas Maia, da Record TV, em Brasília
A Polícia Civil do Distrito Federal realiza na manhã desta quinta-feira (28) uma operação contra furto e receptação de combustíveis no DF e Entorno. Ao todo, 11 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão são cumpridos. Um grupo chegava a usar crianças para impedir a filmagem dos crimes. Suspeitos recolhiam o produto e repassavam por preço menor do que o praticado pelo mercado.
A ação é conduzida por investigadores da DRF II (Divisão de Repressão a Furtos), da Corpatri (Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais). Segundo a corporação, a apuração teve início no final de 2021.
A Polícia Civil informou que os criminosos tapavam as câmeras de segurança para furtar os combustíveis. Em alguns casos, eles colocavam crianças na frente do equipamento para impedir que a ação fosse filmada. O grupo também recolhia combustível deixando de repassar o conteúdo integral do produto a distribuidoras e postos, não esvaziando totalmente o tanque na hora da descarga no estabelecimento.
A sobra retirada era vendida a receptadores em galões a um custo bem abaixo do preço de mercado. Segundo a Polícia Civil, a gasolina era comercializada a R$ 4,50 o litro – valor muito inferior ao preço médio, que ultrapassa R$ 7 no DF. O material era estocado sem controle, oferecendo riscos de explosão, ao meio ambiente e à saúde das pessoas.
Nas primeiras horas da manhã, nove pessoas haviam sido presas, a maior parte delas “jiboieiros”, motoristas responsáveis por entregar o material aos compradores. Eles foram detidos na garagem de uma empresa de cargas e armazenamento, em Taguatinga, na Estrutural e em Valparaíso, em Goiás. Até o momento, dois receptadores foram presos, na Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, e no Riacho Fundo.
A DRF informou que outras duas operações contra esse tipo de crime foram realizadas desde 2019, com um total de 35 presos. Quando comprovada a participação no esquema, o suspeito responde por associação criminosa, furto, receptação e crimes contra a ordem econômica e o meio ambiente. As penas podem chegar a dez anos, diz a polícia.